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Contos-->ARMADILHA DO DESTINO -- 02/01/2002 - 03:37 (Vlad&Natasha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Conheci Helen numa sala de bate-papo na internet. Alguns e-mails depois, trocamos os números de telefones e passamos a nos comunicar dessa forma. Falávamos sempre entre meia-noite e uma hora da manhã.

Era muito bom conversar com Helen. Era muito divertida, inteligente e tinha uma voz belíssima!
Tínhamos muitas afinidades. Ela adorava a noite, adorava assistir filmes de terror e gostava de ler sobre misticismo como eu...

Uma noite quando liguei, senti que ela estava um pouco distante, respondia-me com monossílabos, parecia não querer conversar.

Estranhei essa frieza porque mesmo nos momentos difíceis, quando estava chateada com alguma coisa, ou mesmo eu, conversávamos à respeito, nos ajudávamos...

_ O que você tem hoje, não quer me contar?
_ Estou só um pouco cansada, não é nada Israel, apenas...
De repente ela começou a rir e a gritar:
_ Pára! Pára com isso Tom!!!
Fiquei atônito e um tanto nervoso perguntei:
_Quem é Tom?
Depois de uma breve pausa disse-me:
_ É o meu gatinho... (rindo) comprei-o semana passada, não te contei?
_ Não... Ah, então é isso, pensei que...
_Seu bobo, o que você pensou hein? Que eu estava com outra pessoa aqui...(começou a rir e gritar novamente)
_ O que foi agora Helen?
_ É o meu gatinho, está arranhando a minha perna, ai, ai...

Na noite seguinte ela estava mais animada, comunicativa, e o tal gato continuava a interromper nosso papo. Fui me acostumando com as interrupções. Até achava graça quando o Tom pulava em cima dela e ela me dizia que ele estava com ciúmes de mim...

Numa noite após dois meses que nos conhecemos, convidei-a para jantar:
_Que tal Helen , você não acha que já está na hora?
_Calma meu querido, ainda é cedo, ainda nem trocamos fotos...

Dito e feito, no dia seguinte ela enviou por e-mail dois desenhos: um de corpo inteiro e outro apenas o rosto. Escreveu-me dizendo que os desenhos eram presentes dos pais, quando passeavam num domingo de sol no Embu das Artes. Como ela estava linda. A pele branca contrastando com os cabelos ruivos. A boca carnuda e sensual... um mulherão... Porém, havia uma certa inocência na sua aparência que a tornava mais atraente.

Eu não cumpri com a promessa de mandar as minhas fotos. Dei a desculpa de que meu PC, justamente naquele dia, tinha quebrado. Helen estava irredutível: só encontraria comigo quando recebesse uma foto minha. Era impossível realizar esse pedido!

Resolvi descobrir onde ela morava. Inventei que tinha ficado desempregado. Na verdade eu não preciso de emprego, mas tinha contado que trabalhava no setor de recursos humanos de uma empresa. Perguntei se ela poderia me mandar por carta (já que meu PC estava quebrado) alguns endereços para que eu pudesse enviar currículos. Dois dias depois recebi sua carta. Inocentemente, ela tinha preenchido o remetente.

Naquela mesma noite, voei em direção ao endereço dela e posicionei-me onde podia observar a janela do seu apartamento, de forma que ninguém me visse.

Ouvi o som do chuveiro ligado e alguns sussurros. Fiquei ressabiado, agucei os ouvidos e pude escutar:
_Ai, Tom... Que gostoso...

Tom?!? Será que ela estava dando banho no gato? Prestei mais atenção e ouvi:
_Eu te quero tanto, Tom...
_Eu também, Helen...

Levei um tremendo susto e quase cai do sétimo andar de onde estava... Então pude ver quando ambos apareceram no quarto, completamente nus. Ele beijava-a na nuca e abraçava-a por trás empurrando-a vagarosamente em direção a cama até que caíram sobre o colchão, ele por cima dela...

Não pude ver mais nada. O ódio cegou-me! Contive-me, precisava raciocinar! Voltei para casa e no aconchego do meu caixão arquitetei um plano.

Na noite seguinte lá estava eu novamente no alto do prédio. Helen e o tal felino estavam abraçados no sofá, beijando-se ardentemente. Com meu celular, ligue para Helen. Ela fez menção de atender ao telefone, mas Tom não queria deixar:
_Meu anjo, não atende não. Deve ser aquele tal de Israel... Vem cá vem, estava tão gostoso...
_Ah Antônio, o Israel é meu amigo. Talvez se eu e você não tivéssemos nos conhecido, eu e ele...
Antônio a interrompe:
_Você poderia namorar com ele?!!
_Quem sabe... – responde Helen sorrindo e atendendo ao telefone
_Oi...
_Oi Israel! Como você está?
_Estou levando, e você?
_Estou muito bem...
_E o Tom?
_Ah, meu gatinho está cada vez mais lindo...
Nesse momento Antônio aproximou-se e começou a mordiscar seus ombros, fazendo-a rir e eu disse:
_Nem precisa me dizer, o Tom está te arranhando?
_É isso mesmo (rindo) você sabe que ele tem ciúmes de você...
_É, sei...
_ Pára, Tom!
_ Você parece cansada. Tranque o Tom e vá dormir. Nós conversamos outro dia.
_ Você tem razão, Israel. Vou fazer isso. Boa noite!
_ Boa Noite! – você com certeza terá uma Boa noite, meu amor, agora o Tom...

Duas horas depois, Tom sai do edifício de Helen sem desconfiar de nada. Estou esperando-o para um ajuste de contas à minha maneira. Sigo-o até uma rua deserta. Ele não consegue perceber a minha presença. Abordo-o subitamente:
- Boa Noite!
- Quem é você? – pergunta Tom assustado com minha aparição.
- Alguém com quem você não deveria ter se metido...
- Do que é que você está falando? Isto é um assalto?
- De certa forma – Enquanto falo vou me acercando dele. – Você tem algo que eu quero.
- O que? Dinheiro?
- Não. Vou lhe dar uma chance de sobreviver. Corra! – Vendo que Tom continua parado, eu grito – Corra!

Essa é a parte que eu mais gosto. Adoro caçar os humanos e quanto mais resistentes e agéis eles são, mais eu me divirto. É claro que os engano dando a impressão de que podem me vencer e fugir. Na maioria das vezes, eles não sabem o verdadeiro risco que correm. Quando finalmente me cansei de brincar de gato e rato com Tom, acuei-o num beco. Eles quis lutar comigo, como se pudesse. Agora, aos meus pés, jazia Tom inconsciente. Só de pensar no quanto ele se divertira com Helen, tinha ímpetos de matá-lo rápida e cruelmente, mas eu já tinha aprendido que a vingança é um prato que se come frio. Eu queria que ele soubesse porque o escolhi. Agarrei-o de forma que não pudesse se livrar de mim e fiz com que acordasse.
- Você não faz idéia de quem eu seja, não é?
- Não...
- Você vai morrer, Tom. – Seus olhos se arregalaram, mas ele não disse nada – Você escolheu a mulher errada e agora vai pagar por isso. – dizendo isso, mordi seu pescoço profunda e dolorosamente e suguei seu sangue o máximo possível.
- Você não devia ter feito isto! Ele era meu!

Levantei a cabeça furioso e deparei-me com Helen. Sua voz estava diferente e seu olhar... Surpreso, observei-a vestida numa roupa de couro apertada e botas pretas. Enquanto limpo o sangue de Tom que escorre pelos meus lábios, tento compreender as mudanças que aconteceram com Helen.

- Você está me escutando, Israel?
- Como você sabe...
- Você deve ser um novato... Somente isso pode explicar o que está acontecendo... Quantos anos você tem? Cem, talvez menos... Não percebeu quem eu era durante suas longas observações e nem sentiu a minha aproximação. Muito bem... Esse humano era meu brinquedo e eu não gostei nada da sua intromissão! Eu deverei ter previsto a sua reação...
- Você não pode ser vampira...
- Por que não? Só porque você está apaixonado? Parece um humano... Isso é realmente desprezível...
- Eu não percebi nada. É impossível!
- Você vai precisar de alguns séculos para ficar como eu, Israel. Tenho poderes que você nem imagina... Bem, agora que você matou o meu gato, acho que preciso arrumar outro...
- Espere! Segurei no seu braço fortemente. Tinha tantas coisas para dizer...
- Você não está pensando em fazer nenhuma declaração de amor, não é? – Seu olhar era gelado e sarcástico. Retirou o braço e partiu numa nuvem de fumaça.
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