Quisera eu que todos os dias fossem como este. Estava eu em uma festa, animada e farta a me divertir, ao acaso. Dançava sem me preocupar se estava no ritmo certo, e degustava um bom vinho branco que me era servido a toda hora. Não preocupava com nada e ninguém, nem mesmo com o tempo. Estava inerte quase em um transe natural. Inalterado.
Foi quando o acaso juntou-se a coincidência, e fez – se o destino. Sem eu saber, ou mesmo querer, meus olhos fisgaram, dois outros olhos, que mais pareciam um par de safiras tremeluzentes. Podia não ser os olhos mais bonitos da festa, mais o olhar era. Era de uma beleza imensurável aquele olhar, e logo, saí da minha inércia a procura da dona daqueles olhos.
Pouco tempo depois já estávamos conversando a sós um pouco distante da festa.
Eu via em seus olhos a cor da água de todos os oceanos, ou o azulado celeste das tardes de verão. Quando estava já ficando enfeitiçado por ela, vi surgir em seus lábios um sorriso. Era tão exuberante seu sorriso, e o tom de sua voz, que de enfeitiçado fiquei encantado por ela.
Não resisti, peguei a pela mão suavemente, e puxei seu corpo de encontro ao meu. Por um instante ainda olhei pela última vez em seus olhos e em seus lábios, e quando dei por mim já estávamos beijando tresloucadamente. Foi assim que nasceu nosso 1º beijo...