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Contos-->O rosto -- 12/02/2002 - 15:47 (Alan Rozante) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O rosto

Madrugada, como tantas outras, caminhando com um amigo ao lado, farto da balada, como tem sido desde os quinze, passando e olhando carregando no peito o titulo de caça cachaça, como se fosse de muito orgulho, já foi, pensa ele , vendo tudo torpe e cinza cansado da mesmice de sempre, a boca mais maldita fica de madrugada, mostrando que a noite não passa de um prostíbulo santo para aqueles que assim a desejarem.
Famílias em casa dormindo, as suas filhinhas queridas saíram para comemorar o adversário de uma amiga, mamãe ainda diz cuidado juízo, e ela sim mamãe pode deixar, pobre mãe inocente, enquanto dorme sua filha esta trepando com um qualquer em qualquer boate na noite, um rosto que depois volta para casa cansado da balada pensando: gostosinha ela, apertava a vadia, como tantas outras, e não poupando comentários porcos com o amigo que caminha ao lado. Sentindo se ao mesmo tempo casado realizado e triste porque a mocinha que teve nunca mais saberá onde esta, se ela imaginasse, momentos de prazer, um mostro que cansou de viver por não conseguir morrer arrasta mais um para o seu refugio, poderia dizer depois lamento, mas não é assim, não foi assim com ele e por que deveria ser assim com outros, o madrugueiro esta no ponto, mais uma noite se foi e mais uma vem, e o rosto apenas continua a viver por não ter conseguido morrer.
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