Todas as tardes crianças brincavam na escadaria do prédio onde moravam. Escalavam o último andar e retornavam para o térreo. Sem ordem, ritual: subiam do terceiro ao quinto, permaneciam no quarto andar. Assim mesmo, crianças que eram, não faziam idéia da brincadeira escolhida, do perigo de subir e descer.
Tal brincadeira que desapareceu da memória de algumas crianças e permaneceu em outras... O certo é que as crianças que recordavam, com amor e carinho, o sobe e desce infantil, viveram mais e melhor.
Um homem simples de uma cidadezinha ganhava a vida consertando telhados.
Toda vez que o Homenzinho-Telhado colocava o pé direito no primeiro degrau da escada, inevitavelmente, pensava em subir na vida, mudar de profissão e ser feliz.
Numa noite de lua cheia, o Homenzinho-Telhado sonhou que era criança e morava num edifício. Seu passatempo predileto era subir e descer a escadaria. Assim, sua vida exterior continuou igual mas, interiormente, o Homenzinho-Telhado foi feliz para sempre.