Usina de Letras
Usina de Letras
96 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62750 )
Cartas ( 21341)
Contos (13287)
Cordel (10462)
Crônicas (22563)
Discursos (3245)
Ensaios - (10531)
Erótico (13585)
Frases (51134)
Humor (20114)
Infantil (5540)
Infanto Juvenil (4863)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1379)
Poesias (141064)
Redação (3339)
Roteiro de Filme ou Novela (1064)
Teses / Monologos (2439)
Textos Jurídicos (1964)
Textos Religiosos/Sermões (6296)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->O sonho de Policarpo( Ficcão Absurda) -- 19/05/2002 - 17:31 (Semi Gidrão Filho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O sonho de Policarpo

Maria era uma menina, azul como todas as meninas, usava ferradura nos olhos como todas as meninas, dormia pendurada pelas orelhas como suas pares e mordia os olhos quando precisava ranger os dentes.
Certa manhã, enquanto cozia as tapiocangas matinais no pequizeiro de brasas, pela fresta da bolha de ozônio de onde morava, viu passar José sobre seu porco espinho cor de rosa.
Na mesma hora, como a fervura das tapiocangas, o fígado de Maria acelerou e filtrou em pulsos como nunca havia filtrado, as pálpebras reluziram raios muito mais intensos que os costumeiros e as guelrras se expuseram multicores.
Era o primeiro cio de Maria.
Escarnas se eriçaram em ambos.
José saltou de sua montaria ao céu e sorridente flutuou sobre Maria jactando fumo e vapor de titânio pelos dedos até enroscar Maria em um carinhoso abraço volátil.
Ela, por sua vez, embriagada pelos odores de José, pululava rufluando as guelbras de par em par flutuava em parafuso para cima e para baixo.
Ambos se atraíram de tal forma que encontraram os dedos mindinhos no infinito.
Dedos grudados e interligados foram inchando, inchando, inchando... até explodirem, da inserção do braço para frente, em milhares de Mariazinhas e Josezinhos.
Instantaneamente a inserção do braço dilacerado foi cicatrizando e um novo braço, minúsculo iniciou a se formar, para quando se tornarem normais, outros Josés e outras Mariazinhas se encarregarem da multiplicação contínua da espécie.
Enquanto aquela infinidade de rebentos de Maria e José dizimava tapiocangas, pedregulhos, britas e quatzos, Maria se refrescava com um suave suco de praia fluvial a espera do crescimento do braço e de um novo José.
- Acorde preguiça......!!!!
Era a voz do encarregado.
Policarpo saltou em pé e novamente tonteou, tentou manter-se e despencou, pálido, suando frio, tremendo e revirando os olhos.
- Chamem a ambulância.
No pronto socorro, sem a menor cerimônia, o plantonista orienta em voz alta para realizarem uma lavagem intestinal com sondo anal.
- Intoxicação alimentar.
Entre pedaços indigeridos de mandioca e carne, muita, muita pedra, brita, cascalho e pedregulho.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui