Usina de Letras
Usina de Letras
15 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63235 )
Cartas ( 21349)
Contos (13302)
Cordel (10360)
Crônicas (22579)
Discursos (3248)
Ensaios - (10683)
Erótico (13592)
Frases (51758)
Humor (20178)
Infantil (5602)
Infanto Juvenil (4949)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141311)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6356)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Uma mulata no anzol -- 22/05/2002 - 20:52 (Semi Gidrão Filho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma mulata no anzol

Nada substitui o prazer.
Ontem, ainda desmontava a tralha da última pescaria. Ainda retirava do puçá os restos fedorentos de piabas de isca e jogava fora o patuá de farinha e óleo que sobrara da sedução dos piaus-cabeça-gorda.
O futum da caixa de apetrechos demonstrava-me que entre o descuido e o desleixo reside uma obrigação, e essas, as obrigações, tanto mais tarde forem cumpridas, tanto maior o custo de realiza-las.
Com o naco restante de faca, resto daquela tentativa de abrir a porta emperrada do rancho, e um pincel, reminiscência da última reforma de casa, raspei, limpei, varri os mínimos recipientes da cachola, reorganizei anzóis e chumbadas, recontei cuidaodsamente os castores, selecionei as linhas, de zero vinte a zero oitenta, alinhei as iscas artificiais, colocando cada uma no seu devido lugar, emendei a malha do viveiro.
Tudo fiz, sem notar o correr das horas, sem notar, nem mesmo o volteio do vento na varanda a esparramar as impurezas e os grãos de areia, pedacinhos de meu paraíso hídrico, que, como furto cleptomanodescuidista, retirara das margens do Araguaia e trouxera comigo.
Sem perceber, deixei-me aos sonhos do Araguaia, suas águas, suas areias..., até que meus devaneios instalaram-se nas ancas morenas, mau coberto pelo mínimo biquine, da morena que se bronzeava lerdamente pelas areias da prais.
Curvas, montes, sedução e deseja, combinados ao prazer das águas do grande rio e meus sonhos deslizavam doces sobre suas superfícies, a do rio, a da praia e especialmente a da pela da morena.
Sempre bonachona, como a Irene preta e boa do poeta, Tata, minha parceira do sonho real, chegando por entre os caminhos que ligam o sonho à realidade, bateu me ao ombro e como juiz de todas as coisas sentenciou, acorde seu bobo, este peixe fica para ser fisgado no ano que vem...
Mal sabe, minha companheira, que nesta pescaria o fisgado fui eu, e por certo numa noite qualquer de traição ao meu casamento vou estar no anzol do peixe de meus sonhos, fisgado pela morena dos anzóis, das curvas, dos seios e ancas mal cobertas pela isca do biquine.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui