Rui tinha cinco anos era o do meio dos três filhos do Dr. Mário com dona Isabel. Casal de classe media alta de Recife. Os outros dois eram a Isabelita com quatro anos e o Mário filho com oito. Estávamos em final de dezembro, mais precisamente na véspera do natal, época de muitos doces e presentes para as crianças. Rui andava inculcado, seu irmão mais velho, o Mário filho, havia lhe dito que papai Noel não existia, e que era tudo mentira. Quem comprava os presentes era seu próprio pai. O garoto não acreditou na afirmação do irmão, e resolveu tirar isso a limpo; Para tanto bolou um plano. Hoje ele ficaria acordado até de manhã... Na certa papai Noel viria após a meia noite e ele iria vê-lo de qualquer jeito. Tudo estava transcorrendo como ele planejou, até seu pai; Dr. Mário estava de plantão naquela noite, assim ficava melhor para ele ficar acordado, pois dona Isabel já havia dito que queria todo mundo dormindo após a ceia, pois ela estava com dor de cabeça; E aproveitando que Dr. Mário não estava, ela também iria se recolher mais cedo. Rui mal cabia em si de felicidade, além de ser noite de natal, ele iria conhecer papai Noel pessoalmente, e iria provar para seu irmão que ele estava enganado. A noite transcorreu normalmente, Dr. Mário já havia ligado e desejado feliz natal para todos. Os presentes já haviam sido abertos e a ceia terminada. Rui foi o segundo a subir para o quarto, Isabelita tinha dormido fazia tempo. Rui se mantinha acordado, atento a qualquer barulho. Bem tarde da noite ele escutou uma voz baixinha, e um barulho de porta abrindo, desceu rápido do seu quarto a tempo de ver um vulto no escuro saindo do quarto de sua mãe e se dirigindo para a porta da rua. Rui ficou feliz, apesar de não ter dado tempo para ver direito, nem falar com ele. Ao acordar pela manhã, ele correu ao quarto do irmão e eufórico falou:
- Mário, Mário... - Papai Noel existe.