- O que é isso?!
- Uma fechadura.
- E o que o senhor está fazendo?
- Olhando...
- Olhando o quê?
- Nossa, como é grande!
- O que é grande?
- Isso aqui.
- O que você está vendo?
- Calma.
- Deixa eu ver também.
- Espera um pouco.
- Mas eu quero ver também.
- Ah! É torta...
- O que é torta? Me conta.
- Não empurra. Deixa eu terminar.
- Terminar?! Hummm!
- Você não tem serviço para fazer?
- Sim. Mas é só uma olhadinha.
- Calma... Ah! Ele pôs tudo. E com força.
- Ah! Não! Isso eu quero ver.
- Hei! Você vai estragar tudo...
- Estrago não. Eu fico quietinho.
- Sim, mas...
- Silêncio. Sai.
- É...
- Pssiuuu.
- Ok.
- ... ... ... ...
- Pronto?
- Espere. Onde estão?
- O quê?
- Você sabe do que estou falando.
- Não sei não.
- Não seja sínico. Eu não sou idiota.
- Você não conseguiu ver?
- Lógico que não. Já devem ter saído.
- Acho difícil. Coisas assim são muito trabalhosas. Já vi isso várias vezes.
- Ainda tem coragem de confessar a safadeza!
- Do que você está falando?
- Com licensa. Cansei desse assunto... ... ...
- Eu hein! Todo esse escândalo por causa de uma chave grande e torta, presa na porta. Esse emprego de chaveiro não tem dado muito certo.