E os meninos de rua como ficam?
Está aí mais um natal,
Vamos tornar a prometer
Muitas coisas do normal.
Prometemos, prometemos.
Mas somente da boca prá fora,
E eles continuam na rua
Que com esta vida até chora.
Seu pranto está nos avisando
Alguns até a soluçar,
Nos alertando para o amanhã
Pois são eles que vão nos governar.
Crianças hoje, adultos amanhã
Um adulto não bem educado,
Será um país cheio de grades
Ou um presidente desequilibrado?
O natal dentro do lar
Não é o mesmo que está lá fora,
São natais totalmente diferentes
Enquanto um sorri o outro chora.
Alguns estão com a hipocrisia
Em dar presentes para presentes receber,
Já o da rua não recebe nada
Porque não tem nada para oferecer.
E assim vão revertendo a história
A estrebaria já é coisa do passado,
Até parece que Jesus nasceu
Num shoop center todo iluminado.
São vinte milhões de lâmpadas coloridas
Que eu vi a TV anunciar,
Compraram também milhões de presentes
Para o presépio enfeitar.
Enquanto isso lá fora o menino de rua
Deitado na calçada vê a poluição no céu,
Que baralha toda sua mente e pensa de repente
Há mesmo um papai Noel?
Como me achar nesta calçada
Se estou coberto com jornal,
Pôr certo estará muito ocupado
Visitando crianças ricas neste natal.
E fica alí pensando deitado no papelão
O vento assobiando levanta a coberta de jornal,
As noites são passageiras, este vento vai levando
Mais prá adiante uma noite de natal.
E no amanhã a chegada de um novo dia
As promessas continuam entra ano e sai ano,
E assim o moleque de rua na esperança vai seguindo
E junto carregando um natal de desenganos.