Usina de Letras
Usina de Letras
39 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63710 )
Cartas ( 21375)
Contos (13318)
Cordel (10371)
Crônicas (22596)
Discursos (3254)
Ensaios - (10825)
Erótico (13604)
Frases (52179)
Humor (20227)
Infantil (5684)
Infanto Juvenil (5042)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1388)
Poesias (141152)
Redação (3387)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2446)
Textos Jurídicos (1981)
Textos Religiosos/Sermões (6426)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->A flor da jurema -- 15/08/2002 - 19:44 (Airam Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A flor da jurema


Ele olha prá cima e vê o céu azul.
Nenhum pingo de chuva, pôr que?
Pensa o sertanejo fazendo uma pergunta,
Depois de plantar sem esperança de colher:
Dá paciência prá nós cá de baixo
Prá ver se podemos isso suportar,
Lastima o caboclo mas pensando em silêncio:
Deus sabe o que faz, não devo reclamar.
Vejo a mulher vivendo de esperanças
Achando que a vida é mesmo um desafio,
Porque o filho com fome, puxa seu peito
Que de nervoso chora porque está vazio.
No pé da jurema está saindo uma flor
Milagre de Deus, vejo do terreiro,
No mesmo galho o uirapuru está cantando
Um piado triste de um pássaro seresteiro.
O céu azulado no horizonte treme
Do sol que bronzeia o caboclo queimado,
Que saiu a plantar neste inferno quente
Um pouquinho de comida no chão esturricado.
Este chão quente enche o pé do caboclo
De bolhas que dói a cada passo que dá,
A enxada vai raspando o lajedo duro
Machucando os calos, nada pode plantar.
A noite responde com seu grito forte,
É a morte rondando o sertão amarelo.
Já não vejo a flor no pé da jurema
Prá enfeitar o corpo de um defunto magrelo.

De: Airam Ribeiro - Itanhém-Ba-
20/05/2000.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui