Em Paris existe o famoso restaurante Moulin Rouge muito frequentado nos anos sessenta e até nos dias de atuais. Em New York existe o Maximo s onde circulam os principais astros do cinema de hollywody. Em São Paulo tem o terraço d Itália, ali pessoas de várias nacionalidades se encontram, uma espécie de ONU gastronômica. No Rio de Janeiro a badalação é variada, desde o Amarelinho até o Copacabana Palace se come e se bebe bem, se conhece pessoas maravilhosas e se diverte à noitada por excelência.
Em Senador Pompeu, cidade do interior do Ceará, existe o bar da Netinha, que é uma síntese de todos esses bares maiores mencionados. Na Netinha se tem o restaurante, o bar e o divã psiquiátrico, se tem o amigo, os grandes debates, enfim, é lá a grande terapia da cidade.
Os políticos, em épocas de campanha eleitoral, são quase que obrigados a reverenciá-la. Assim como se cortejava a Mãe Menininha na Bahia, se corteja a Netinha em senador Pompeu, sem os rituais de candoblé, é claro.
Ela escuta o bêbado desempregado, ouve os ingênuos planos do vereador neófito, afaga as lágrimas do biriteiro com dor de corno . Sem exagêros, ela funciona como o confessionário da cidade. Sabe desde os motivos das brigas de vizinhos até os últimos conchavos políticos ardilosos.
Nenhum homem vai a uma festa no clube, sem antes tomar umas e outras no bar da Netinha. Um dos motivos, na festa o som é alto, ninguém pode conversar. No bar da Neta se tem o bate-papo agradável, pede a música que quiser, se tem o reconhecimento, tanto faz ser rico ou pobre, se tem a amizade, razão maior de se sentir bem.
Sua legião de apoixonados é imensa. Seria uma famosa lista - a lista da Netinha - que não teria investigação que terminasse. Amasiou-se muito nova com um velho da polícia, separou-se e foi atirar seu charme pela cidade para o delírio de seus fãs. Não é qualquer um que priva de sua intimidade, tem que ter molho . Agora, que desmanchou muitos casamentos, isso sim. Seu patrimônio é sua beleza, alguns bens imóveis, não é fazendeira, mas, dizem que tem um bezerro de fazer inveja.
Saraiva Júnior