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Contos-->Corona - Parte 1 -- 24/08/2002 - 15:10 (Nilson Soares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O tempo corre, como um rio... e o dia da batalha finalmente chegou.

Os ventos gélidos de Ennudia sopram com uma força mais terrível que o comum hoje. Próximo ao horizonte eu consigo ver nuvens negras, uma tempestade se aproxima e junto dela o exército inimigo. Nossos batedores disseram que as armadilhas foram mais eficientes que o esperado... cerca de um terço das forças do inimigo já sucumbiram... mas é pretensão demais acreditar que o mérito disso se deve somente a nós (abençoado seja você Trochn, onde quer que esteja agora...), não, nós tivemos muita sorte; a deusa Ennudia os puniu com um dos nossos mais rigorosos invernos e poucos podem resistir à sua fúria...

Existe ainda outro fator, o general inimigo é muito competente, entretanto seus homens são inexperientes. Acna-Tur na ânsia de nos fazer outro ataque rapidamente, não conseguiu juntar um exército treinado e disciplinado. (Deusa! Segundo um dos nossos batedores, lá existem até mesmo crianças, prontas para matar ou morrer! Em que ponto chegamos?) Eles são muitos, mas indisciplinados e talvez por isso nós tenhamos alguma chance... mas droga! ELES SÃO MUITOS!

Preocupado com o que está por vir eu desço da borda da muralha. Até que nós conseguimos fazer um bom trabalho, ela está quase como era antes, se bem que agora é mais gelo que pedra... eu rezo para que ela aguente no calor da batalha, mas no fundo eu acho que é uma esperança vã. Todos nós estamos mortos por antecedência... (por que os reforços demoram tanto?) mas eu não irei morrer sem lutar!

Começo a caminhar para dentro quando sinto uma coisa gelada no meu nariz, depois outra no meu ombro, e outra e outra. HA! MARAVILHA! TUDO que nós precisávamos! Uma nevasca! Mas que droga. Por que vocês não apareceram um dia antes seus flocos de neve imbecis? Hum... agora eu dei pra conversar com pedaços de gelo... eu volto minha face para a porta e entro na torre, preocupado com minha sanidade.

Na sala pouco iluminada eu vejo um grupo de homens, meus amigos... mas quem se importa? Em breve estaremos em Guaron mesmo, isso se aqueles cães tiverem a decência de nos levar até lá... não! Melhor pensar que eles também estarão lá para nos fazer companhia. Esboço um breve sorriso enquanto sinto o cheiro de madeira sendo queimada e o calor que vem do centro do salão.

Torno a ficar sério quando um homem cruza a porta do lado oposto. Ele caminha lentamente enquanto analisa os rostos animados dos outros, que estão tomando vinho, até que ele me vê e acelera o passo em minha direção. Ele diz o nome de alguém: Corona. (ei, esqueci de dizer, esse é o meu nome) E eu digo o nome dele (que, seja isso bom ou não, é Ethur). Ele é um dos homens de confiança de Rajih, o nosso líder, aliás, Ethur também é nosso comandante quando em campo de batalha ou quando em treinamento.

- Eu preciso conversar com você - Diz ele com o rosto cansado - Os últimos preparativos precisam ser feitos, vamos lá para fora.

- Mas eu acabei de entrar e está um frio terrível lá, nós não podemos conversar aqui dentro não? - Eu digo inutilmente enquanto ele me empurra para fora com uma das mãos (eu ADORO esse povo que respeita nossas opiniões, sabe? ARGH!).

- Eu tenho novidades, você teve sua posição de ataque mudada - Ele diz enquanto um calafrio percorre toda minha coluna, de cima à baixo - Erib se machucou hoje cedo, um bloco de gelo caiu em cima dele quando os últimos pontos da barreira estavam sendo erguidos e não poderá lutar, então você, como um dos meus guerreiros mais capazes, ficará no comando da terceira e última unidade - Novamente um sorriso percorre meu rosto enquanto eu imagino a cena: lá está o idiota do Erib dizendo “pode jogar o bloco! Eu seguro” e então... EI! ELE DISSE QUE EU IREI FICAR NO COMANDO DE UMA UNIDADE?!?!

- Como senhor? - Eu pergunto sem confiança nos meus ouvidos e novamente questionando minha sanidade...

- O Erib se...

- Ah! Esqueça o Erib! O senhor disse que EU vou liderar uma unidade? - Eu o interrompo antes que passasse pela minha cabeça que ele poderia não gostar disso...

- Isso mesmo. Olhe, nós dois sabíamos que esse dia ia chegar e...

- Que dia? O dia de nossas mortes? - Eu o interrompo mais uma vez e ele faz cara feia, mas ainda não me mordeu. Acalme-se homem! Ou você vai acabar ferido antes mesmo da batalha - Olha senhor, eu sei que nós estamos desesperados, mas não precisa apelar! Eu não posso comandar uma unidade inteira!

- Pode e irá. E é melhor você ser bom no comando, pois essa batalha é muito importante e... - ...e blá, blá, blá e blá.... ele me explica toda a tática. Eu (junto com meu exército. Ha! Que piada) serei “o homem que vem de trás”. Nós deveremos subir até a colina (gelada, sob a neve e com uma tempestade se aproximando, vale ressaltar) e aguardar lá para poder atacar o inimigo pelas costas quando ele chegar até aqui, e segundo ele... - ...e rápido! Você deve partir em menos de uma hora.

Bem que eu tento protestar, dizer que é muito pouco tempo, que eu preciso de um pouco mais para dizer “adeus vida” mas ele... - Uma hora! Nem mais, nem menos! E leve esta pistola com você, eu já o ensinei como usar, mas tenha cuidado, ela é muito poderosa e você possui apenas dez tiros, tente acertar Acna-Tur preferencialmente.

Doido pra pegar aquela belezinha, mas querendo dar uma de machão eu digo - Obrigado senhor, mas eu confio mais em minha espada e na bênção dos deuses - Percebo que minha bela tentativa deu errado quando ele diz que ou eu vou usar a arma nos inimigos ou ele vai usar em mim, então eu a pego. Laser... fura corpos como uma agulha fura tecidos, só que a diferença é que esta agulha faz um furo BEM maior. Mas uma vez um sorriso brota em minha face quando eu imagino a cabeça de Acna-Tur com um buraco bem grande no meio. Mas a quem eu estou tentando enganar? Ai, ai... baixo a cabeça e (acho que meio quilo de neve cai de cima dela) me despeço de Ethur; sigo para o meu quarto para pegar minhas coisas (hum... se bem que seria interessante dar uma passadinha na cozinha antes... será que eles têm scorpcore assado?).
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