Nós o respeitávamos e, para falar a verdade, até temíamos quando ele se aproximava, sempre muito bem trajado, falando alto, criticando, acusando-nos de malandros, devassos, impuros e outras coisas mais.
Se alguém do grupo tirava uma nota baixa, vinha logo o carão:
- Você é burro! Estude mais. Só pensa em futebol.Mocidade perdida. Se fosse meu filho eu poria de castigo e daria uma lição para o resto da vida.
Quando Irajá, um garoto vindo do interior, de consersa mole e sem a menor consistência, engravidou uma duas domésticas das redondezas, ele não poupou as críticas:
- Esse rapaz não serve para estar no grupo com vocês. É um fornicador inveterado. Um perigo. Resguardemos os nossos lares onde há sempre jovens incautas que podem cair nas lábia desse Don Juan da periferia. Os meus filhos não vão se misturtar com estre papador de domésticas.
Até que um dia, o colega Horizonte, que era o mais velho da turma e, portanto, já tinha direito para fazer convites, chamou-nos para ir ao cabaré.
Naquele tempo, o cabaré era moda para os rapazes, que saiam na noite para frequentar aquelas chamadas casas de recursos, onde raparigas de certo luxo aguardavam as carícias dos estudantes com pouco dinheiro mas com muito tesão.Com eles, naturalmente, elas gastavam uma parte do dinheiro que recebiam dos coronéis.
Quando entramos naquele casrão imenso, logo no vestíbulo, sujo, desgrenhado, totalmente embriagado, o moralista estava agarrado com uma das prositutas mais escandalosas e feias, beijando-a na boca e tão transotrnado que nem nos conheceu.
Daquele dia em diante, eu ainda era muito novo, mas passei a olhar com reservas para todos os moralistas.