“Este é meu filho querido.” Quando olhei para o céu lá estava ele com sua magnitude de sempre. Olhei para trás para ver se o Rabi aproximava-se naquele lago com sua túnica flácida e empoeirada, mas não vi ninguém. Por outro lado lembrei de um novo período messiânico e que na minha frente alguém olhava para o alto. Relutei em ficar ali no passado com as pés mergulhados na água morna ou reaver minha condição de mero relator da realidade. Vivi às turras com essa incoerência: ora alimentado-me de gafanhotos, ora me lançando violentamente de encontro aos fatos. “Quando acordas para vida não és o que o és. Suas virtudes e defeitos não são teus. Tua capacidade de amar não condiz com o desconhecido sentimento que brotarás de tuas raízes de compaixão. Esqueces-te dos lapsos de identidade que soprei em tua essência, mas todos quase nunca se lembram destes momentos isolados de reconhecimento do ser. A vida te chamas a cada momento que pareces morrer, tal qual és o teu grau de rejuvenescimento que permeia este mundo triste e sem face. Tu és o meu filho querido.” Fotografei Deus dizendo isto para uma pessoa que não vi e então fez-se lágrima em meu olho direito e a minha câmera fez mais do que poderia fazer.