Sentiu ar entrar em pulmões como que pela primeira vez diante de cenário tão descomunal e de sublime encantamento. Pesou violão nas costas e imaginou célebre canção que fazia esvoaçar cabeleira quase que sustentável. Perdeu sentido da sobrevida e por natureza virou errante sem eira nem beira. Viu lindas flores em longínquas planícies em lugar desconhecido e inóspito. Molhou-se com monções durante meses e batizou alma sua em meio de florestas incríveis. Esquecera nome, idade, origens – agora era mundo parte do mundo, compunha para árvores e bichos ouvirem. Virou trabalho seu e só mais isso. Era algo de todo e perdera-se perdidamente na redundância sem critérios que vida sua agora era. Em distante delírio de sua consciência, em abismo de sensações, encontrara em espelho seu. Não vira reflexo e conheceu esplendor de sua introspecção. Longe de realidade fundiu-se com violão e sonhos seus numa confusão de auteridades e em panacéia de concepções de arte sua. Morrera no naufrágio de loucura sua, num salto para eternidade em estéril desejo de voar e compor em ar. Imaginava tocar insensatos e aluciná-los com canções suas. Caiu de muito alto e feliz, e música sua é ouvida por aí. Distorcida.