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Contos-->ESQUECER NUNCA, PERDOAR JAMAIS. 10 -- 05/12/2002 - 19:23 (ADÃO JORGE DOS SANTOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PARTE 10

Adormecer não era o termo adequado para o que acontecia comigo. O período temporal que separava os mundos, real e onírico, não existia. No começo o sono chegava e eu dormia. Começava então a sonhar. Os sonhos eram repetitivos. Iguais em todos os sentidos. Comecei a distinguir as diferenças aos sete anos. Contei uma vez apenas para os meus pais e eles não levaram a sério. Depois disto não contei para mais ninguém. Eu sofria sozinho. Durante o dia eu escondia o meu medo com brincadeiras diversas, tentava ficar a noite acordado ,mas quando fechava os olhos eu ia para este outro mundo de sofrimento. O que me chamou a atenção foi o fato de que com os repetitivos sonhos, comecei a conhecer todas as pessoas que lá viviam. Na vida que julgava ser a verdadeira, eu tinha pais e amigos, morava em uma confortável casa, era feliz e possuía muitos bens. No outro mundo, que no começo acreditava ser um sonho, eu não tinha nada de meu que não fosse a roupa do corpo ,que me era doada pelo meu dono. Eu trabalhava o dia todo e só descansava quando dormia, o que não era muito comum. Eu costumava permanecer com os olhos fechados o mais tempo que podia. Queria que tudo sumisse. Mas não adiantava. Os sons ,os odores, o tempo, as sensações do lugar, faziam com que abrisse os olhos. Estava achando que sofria de algum mal , uma espécie de demência, que produzia este tipo de alucinação.
Eu agora não sabia mais qual mundo era o verdadeiro. Estava de olhos fechados, esperava acordar em outro lugar, qualquer lugar que não fosse a senzala. Sabia que havia fechado os olhos no mundo moderno, no lugar que bem conhecia. Sabia que assim que os abrisse depararia com aquele mundo que detestava, o mundo dos homens brancos que maltratavam os negros. Uma dor forte no rosto fez com que abrisse os olhos. Um homem grande segurava meu braço e batia furiosamente em mim. Quis revidar à violência ,mas não tive forças para me movimentar. Não tive como desviar o braço do ferro em brasa que me marcava com a um animal. A dor foi insuportável que desmaiei. Desta vez não tive nenhum sonho. Apenas apaguei.
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