Certo dia, um homem olhou para fora de sua casa e viu o seu enorme jardim. Ele saiu e observou que tinha somente uma grama rasa e nenhuma flor ou árvore. Então decidiu fazer um jardim bem bonito para assim poder ser mais feliz quando passeasse nele.
Primeiro tentou plantar bonitas árvores que pudessem dar muitos frutos. Aconteceu que brotou um palmo do chão e logo morreram e secaram. Nesse dia também percebeu que o seu jardim sempre estava nublado, ele nunca conseguia enxergar a luz do sol.
Noutro dia ele plantou roseiras que ele havia encontrado nas vizinhanças de sua casa. A roseira cresceu bonita, mas em vez de dar rosas somente deu espinhos que o machucavam cada vez que passava por ali. Podou as roseiras e nunca deixou elas crescerem muito, para não mais machucá-lo, e elas nunca deram rosas.
Num belo domingo ele decidiu plantar uma orquídea. Ela cresceu e ficou grande e bonita, mas as flores sempre foram murchas e sem vida. Parecia que a orquídea vivia em sofrimento. O homem ficou triste com isso e a arrancou do jardim e jogou fora. Depois de jogar fora, as flores dessa orquídea se tornaram mais vivas do que qualquer outra flor que havia visto.
Passeando pelo jardim numa bela manhã, o vento trouxe uma semente pequenina que se alojou perto do centro do jardim. O homem pensou em levá-la embora mas decidiu deixá-la lá. Aquela pequenina semente começou a brotar, sem o homem nunca ter cuidado dela, pois ele já havia desistido de cultivar qualquer coisa no jardim, pois tudo dava errado. Mas daquela pequenina semente brotava uma grande árvore que em poucos meses já havia ocupado boa parte do jardim.
Enquanto a árvore crescia e mesmo depois de grande, o homem percebeu que o seu jardim já não estava nublado, e que as árvore que havia morrido tinha já alguma vida e as roseiras já esboçavam pequenas flores com um vermelho tão vivo quanto o sangue. Depois de perceber isso o homem começou a dar atenção aquela árvore. Podava quando era necessário, dava adubo, e conversava com ela porque ouvira dizer que as plantas ouviam quando se falava com ela.
Brotou dentro do homem um pouquinho de alegria por ver o seu jardim ficar mais bonito com o tempo que passava. Numa bela manhã, quando o homem acordou, foi olhar o seu jardim e viu que a árvore não estava mais lá e pensou consigo: “Não sabia que árvores andam, mas essa andou embora !!”. Todas as outras árvores que haviam brotado murcharam e as roseiras tinham espinhos cada vez mais perigosos.
Depois disso o homem destrui o seu jardim e disse:
- Árvores não são boas companheiras, mas quem sabe se eu tiver um cachorrinho...
