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Contos-->TUDO TEM UM RECOMEÇO...parte 1 -- 02/01/2003 - 20:48 (Lucilene Gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TUDO RECOMEÇOU......................................

Era uma tarde de domingo, jovens se reuniam na praça da Matriz, pois ali acontecia uma festa.
Você Izabel, moça tímida, mas sonhadora, divertia-se junto com suas amigas.
Cláudio caminhou em direção a você e suas amigas e começou a me apresentar a cada uma de vocês.
Você tímida e sem jeito, estendeu a mão e disse:
-Ola, meu nome é Izabel.
E eu, educadamente sorri, estendi a mão e disse:
-Prazer, meu nome é Carlos.
Tudo parecia normal, mas você percebeu o meu interesse, por que a olhava com uma certa insistência.
Procurando timidamente fugir daquele olhar, você falou a suas amigas:
-Gente, por que não vamos tomar um sorvete ou então dar uma volta?
Então uma amiga responde:
-Melhor, por que não vamos todos dar uma volta na Roda Gigante?
Você ficou sem ação, você morria de medo da roda gigante, mas não queria que ninguém soubesse e então concordou.
Houve a separação em pares, e por incrível que possa parecer, você ficou sendo a minha parceira, naquela aventura.
Você ficou mais nervosa ainda com a coincidência.
Agora além do medo, teria que me enfrentar, e isso de alguma forma parecia te incomodar.
Todos foram se acomodando, chegou a nossa vez.
Então nos dois subimos e assim que começou o passeio, pude perceber o seu olhar de medo e falei:
-Está tudo bem? Você esta sentindo alguma coisa?
E você, morrendo de vergonha e medo respondeu:
-Acho que não vou ser uma boa companheira nessa aventura, pois morro de medo de alturas.
Gentilmente respondi:
-Se quiser, posso pedir para pararem e nos descemos.
Você me olhou e disse:
-Você é muito gentil. Mas tenho que enfrentar isso, nunca jamais fujo dos meus medos, pelo contrario, eu sempre os enfrento.
Fiquei admirado com aquela atitude e disse:
-Tudo bem, se você pensa assim, melhor.
Mas também não vejo razão pra você temer alturas, afinal, ANJOS sabem voar!
Você sorriu e pela primeira vez, olhou bem dentro dos meus olhos e então..........

TUDO RECOMEÇOU!!

Eu sorri e comecei a vê-la de modo diferente.
Você tinha um jeito tímido e frágil, tinha alguma coisa de diferente das outras garotas.
Enquanto a roda ia girando, você calada, só observava o Céu e eu, não me contendo, perguntei:
-Ainda está com medo?
E você, sorrindo respondeu:
-Não, já passou.
Estou admirada de ver como tudo aqui de cima parece diferente.
Quase consigo tocar o Céu, posso sentir o calor da Lua e vibrar com a luz das Estrelas.
Achei aquilo lindo e novamente falei:
-Você parece ser diferente de suas amigas, estou enganado?
E você sorrindo:
-Não, você está certo.
Gosto muito delas, mas não quero ser como elas.
Fiquei intrigado com aquela resposta:
-Não entendi, o que você quis dizer com isso.
E você me respondeu:
- “Está vendo aquela Estrela?”.
Ela é eu.
Um dia vou ser como ela, linda, forte e poderosa.
Não que eu queira ser melhor que minhas a amigas, só quero mais do que elas querem.
Quero viajar, estudar, conhecer o mundo e sei que vou conseguir ““.
Admirado me calei e assim foi até o final do passeio.
Logo depois descemos e fomos tomar um refrigerante, e você procurou fica longe de mim, e nem tentei insistir, pois já havia feito minha opção.
Fomos todos embora, cada um para sua casa, e eu fui com meu primo, pois era na casa dele que estava hospedado passando as férias.
À noite, quando já estávamos no quarto, perguntei:
-Quem é aquela garota?
E meu primo rindo, disse:
- Qual tinha tantas lá ou você está se referindo a Izabel?
Fiquei meio que constrangido, afinal, tinha deixado transparecer o meu interesse pela garota, e isso não devia ter acontecido.
Mas respondi:
- Essa mesma. Ela parece ser diferente das outras, muito diferente.
Cláudio sorriu e me respondeu:
-Vai com calma, senhor futuro Padre. Ela é uma pessoa muito especial.
Não entendi bem e insiste:
-Por que especial?
E Cláudio me respondeu:
-Ela é fascinante por esse jeito que tem.
Ar de mistério, intelectual, amiga, companheira.
Mas, todos a julgam uma tola, principalmente, quando começa a falar de seus planos futuros.
Mas eu não penso assim. Gostaria muito que ela me visse também de uma maneira diferente, mas infelizmente, isso não é possível.
Fiquei mais intrigado ainda e perguntei:
-Você a ama, é isso?
Cláudio sorriu e me respondeu:
-Quem não a ama?
Ela conquista a todos com aquele jeitinho, parece que conquistou você também.
Nesse momento meio que irado, me levantei e disse:
-Não fale isso, você sabe que eu já fiz minha opção.
Só estou mesmo curioso.
Cláudio deu uma gargalhada e disse:
-Carlos, que você tente se enganar é problema seu, mas a mim você não engana.
Ela mexeu com você sim, e você nem conseguiu disfarçar.
Não podei ser verdade.
Será que eu tinha deixado isso acontecer?
Como eu, um seminarista, podia estar deixando isso acontecer?
Respirei fundo e disse:
-Pare de brincar com isso, você sabe o que eu penso e nem por brincadeira repita isso.
Cláudio continuou a rir, e disse:
-Sei, sei.
Aquela noite eu quase nem dormi.
Quando fechava os olhos, era sua imagem que via, suas palavras ecoavam em meus pensamentos, seu sorriso me fazia sorrir.
O dia amanheceu, e todos saíram pra trabalhar.
Eu como estava de férias sai para dar uma volta, fui até a igreja e comecei a rezar.
Tentava buscar uma resposta para aquele sentimento, que durante toda a noite havia tomado conta de mim.
Mas, por mais que orasse, não encontrava resposta.
Não sei por quanto tempo fiquei ali, quando de repente ouvi alguém me chamar e assustado virei, e então:
-Oi, você não é o primo do Cláudio?
Eu respondi que sim, e então me lembrei, era uma das garotas que estava na festa.
E então perguntei:
-E você quem é?
Ela sorrindo me disse:
-Sou Mariana, amiga da Izabel, dela você se lembra, não é?
Nossa mais pessoas haviam notado os meus interesse por você, e eu tinha que consertar isso, então falei:
-Claro que me lembro melhor dela, afinal, foi com ela que eu fiz o passeio na roda gigante.
A garota, meia que sem jeito, sorriu e disfarçando me perguntou:
-Gostou da nossa cidade? Já conheceu tudo?
E eu que agora me sentia mais aliviado respondi:
-Sua cidade é linda, embora ainda não tenha tido tempo de conhecer tudo.
Mas o que vi, já me convenceu disso.
Ficamos ali conversando por algum tempo, até que ela:
-Tenho que ir ao armazém quer vir comigo?
Tudo bem.
Mas não imaginava quem eu iria encontrar por lá.
Caminhamos pela cidade em direção ao armazém e quando chegamos, levei um susto.
Atrás do balcão, estava você. Calma e sorridente.
E quando nos viu, disse:
-Nossa que surpresa boa.
Vieram fazer compras ou uma visita?
Mariana sorrindo respondeu que havia me encontrado na igreja e então me trouxera para conhecer o armazém.
Você sorriu e me perguntou:
-Não sabia que era tão religioso.
Logo numa segunda-feira, e você já estava na igreja?
Mariana que já sabia que eu era um seminarista, respondeu:
-Izabel, você pode não acreditar, mas no futuro será numa igreja que você ira encontra-lo.
Você me olhou e parecendo não ter entendido, disse:
-Não entendi a brincadeira.
Por que se eu quiser te encontrar, vou ter que ir a igreja?
E Mariana, como que para provocar, rapidamente respondeu:
-Oras, não é na igreja que ficam os Padres?
Nesse momento seu sorriso foi substituído por uma expressão de tristeza, decepção, magoa e duvida.
Mariana rindo muito se afastou e eu vendo como você estava disse:
-Desculpe, parece que você não gostou da brincadeira da sua amiga, não é?
E você que estava muito seria me respondeu:
-Isso foi uma brincadeira ou a Mariana falava serio?
Nem sabia como responder, mas tentei te explicar:
-O que ela disse é verdade sou um seminarista.
Mas acho que ela usou um tom de brincadeira, quando te disse isso.
Você se transformou.
Agora nem conseguia disfarçar mais sua surpresa e me disse:
-Desculpe, jamais poderia imaginar.
E se você me der licença preciso ir estudar.
Senti nesse momento, que algo estava acontecendo e achei melhor ir embora.
Chegando em casa encontrei Cláudio.
Comentei o que tinha acontecido e ele disse:
-Cuidado com quem você se envolve.
Não vá sair magoando as pessoas.
Não entendi isso e perguntei:
-Por que esta dizendo isso?
Eu apenas fui acompanhar a Mariana ao armazém.
Nem imaginava que Izabel estaria lá.
E Cláudio:
-Você é mesmo muito inocente.
Mariana faz parte das frustradas da cidade.
E só te levou lá para provocar Izabel.
Ela sabe que Izabel ficou interessada em você, e usou isso para humilha-la.
Como podia ser isso?
Mal nos conhecíamos, por que você tinha mexido comigo e eu com você?
Essa resposta só viria mais tarde e que pena, bem mais tarde.
Os dias foram passando e eu evitava te encontrar, e você também sempre me evitava.
Mas houve uma tarde em que sai para dar umas voltas pelos arredores da cidade e de repente:
-Oi Izabel, tudo bem?
Espantada você me olhou e disse:
-Que susto, o que você esta fazendo aqui?
-Estava passando pela estrada e vi seu carro parado, pensei que estivesse precisando de ajuda.
-Não estou obrigado.
Só venho aqui porque gosto de ficar sozinha.
-Então, me desculpe, já estou indo.
Você rapidamente levantou-se e disse:
-Por favor, não quis ser mal educada.
Pode ficar se quiser, eu adoro esse lugar, aqui é meu refugio, meu lugar secreto.
Comecei a rir e disse:
-Não é tão secreto assim, afinal eu te encontrei.
Você sorriu e disse:
-É mesmo, tenho que ser mais cuidadosa.
Ficamos ali conversando, você era uma pessoa fantástica, inteligente, meiga e sabia conduzir uma conversa. Diferente de garotas da sua idade.
Passado algum tempo você disse:
-Você já planejou sua vida, não é mesmo?
E eu respondi que sim.
Então continuou:
-Te invejo por isso, você já sabe o que quer, esta realizando isso e eu vivo de sonhos.
Isso me deixou intrigado então perguntei:
-Mas tudo na vida começa com um sonho, nos é que temos que torna-los realidade.
E você meiga e sutil me respondeu:
-Isso que escolheu para você era seu sonho?
Por que um jovem bonito, inteligente, capaz, de repente faz a opção de ser Padre?
Não teria a influencia de alguém nisso?
Nesse momento, foi como se eu voltasse ao passado e vi-se que você tinha razão.
Não era o meu sonho e sim o dos meus pais, mas eu aceitei e me acostumei a isso.
Você percebendo minha indecisão disse:
-Meus sonhos são só meus.
Ninguém os sonhou pra mim, pelo contrario, minha mãe diz que sou uma maluca e que jamais vou realiza-los.
Mas eu nem me importo, jamais serei aquilo que os outros esperam de mim, serei eu mesma.
Você era estranha. Falava coisas que eu não conseguia entender, mas que mexiam muito comigo.
Perguntei a você sobre seus sonhos e você então começou a falar:
-Sempre desejei ser livre.
Não me acostumo a regras e imposições.
Nem me importa o que os outros pensem de mim, sou assim e vou lutar por aquilo que acredito.
Então perguntei em que você acreditava:
-Eu acredito que um dia estarei longe daqui, que poderei ser tudo que quero, não vou ser como minhas amigas.
Elas sonham em se casar, ter filhos e viverem felizes para sempre.
Eu nem acredito em contos de fadas, embora adore ler.
Mas estou mais para PEQUENO PRINCIPE.
Você conhece esse livro?
Não conhecia e pedi para você me contar.
Então:
-Ele é um aventureiro, que viaja por muitos planetas, conhece novas pessoas, faz muitos amigos. Mas sempre volta, e volta por amor.
Amor por uma Rosa, que é a sua razão de viver.
Então perguntei:
-Mas você diz que quer ir, quer viajar, ser diferente.
Será que você vai ter motivos para voltar pra cá um dia?
Sorrindo timidamente você respondeu:
-Sempre achei que futuro não existia.
Mas agora já não tenho mais essa certeza.
Acho que minha Rosa esta nascendo aqui, e se isso for real um dia terei que voltar.
Você era muito estranha, às vezes parecia que viajava em seus sonhos e eu não entendia nada.
Então falei:
-Por que vem se refugiar aqui?
E você sentando a beira do riacho me diz:
-Senta aqui.
Olha pra essa água límpida que corre riacho abaixo.
Onde você acha que ela vai parar?
E eu sem entender nada respondi:
-Sei lá, em algum rio ou quem sabe no mar.
E você disse:
-Pois eu vou ser como essa água.
Vou sair e buscar novos rios, novos mares.
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