Somente sentia vontade de escrever por acabar de ler alguma coisa de um dos caras que reputo um dos maiores escritores que existiu. Digo existiu porque morrera a pouco, coisa de 2 ou, no máximo, 3 anos.
Enquanto ela estava na sala vendo na TV um daqueles filmes de Freddy Kruegger – A Hora do Pesadelo, creio - eu estava sentado aqui tentando escrever algo, pelo simples prazer da narrativa.
Sempre imaginei que, se um dia for preso, somente nessa oportunidade poderei escrever algo que valha. Nada do tipo “Minha experiência numa cela”, mas sim por poder ter tempo de organizar algo em minha cabeça.
Nunca tive a pretensão de ser escritor, é bem verdade; mas a vida que acho que levam é interessante, mais interessante que as demais.
É bem verdade que João Ubaldo Ribeiro, entre outros, sempre ratificam que não pode-se viver tão somente de escrever livros no Brasil. Levam uma vida, como diria, modesta. Obviamente, Paulo Coelho, Lair Ribeiro, esses figurões, podem viver disso; mas são exceções.
É por isso que é despretencioso. Charles Bukowski fazia isso e lhe dava algum dinheiro para jogar nos cavalos, pagar seu aluguel e honrar sua conta no bar no final do mês. Eu não desejo isso, mas gosto do que escreve.
O cotidiano, visto pelo ângulo de um velho despretencioso e tido como gênio por uns e, por ele próprio, ver-se como um cara que escreve tão somente para passar mais um dia, é interessante.
Interessante é, por assim dizer, captar as banalidades da vida cotidiana e ter a coragem de passá-las para o papel. Eu não sei se alguém lerá isto um dia, talvez na verdade nem queira, muito embora essa possa ser um “encarte”, ou espécie de “anexo” de alguma das cartas que pretendo mandar para o meu sogro assim que sua “cadeira de palhinha” estiver pronta.
Enquanto isso, vou jogar um jogo comprado numa loja de Departamentos com minha namorada, futura esposa, mulher de minha vida. Estava querendo parar de escrever estas baboseiras porque dessa maneira fico longe dela.
Tomara que ela ganhe dessa vez.
Noite de Sexta-feira 13 mas já no sábado 14 de Julho de 2001, às 00:38.
