Aconteceu em 1997, depois de dividir meus dias como professora e empresária no sítio onde alugo para eventos, um grupo de jovens de uma igreja, reuniram para uma partida de futebol.
Desde cedo, entre eles, um jovem de destacava, com sua animação e jovialidade, quando ele mesmo inventou um campeonato.
Envolvida na administração do evento, ouvia os gritos da torcida. No refeitório, a equipe fazia a limpeza e outra já preparava o lanche da tarde. No aparelho de som, alguém colocou o cd de Bob Marley, a musica Jamaica era um contraste com as gritaria dos jovens a volta do campo, Bob Marley cantava Caroline, e pensava em minha sobrinha nascida há poucos dias. Nesse instante meus pensamentos foram interrompidos por alguém pedindo socorro. Tomei um susto. Corri em direção ao campo, imaginei um monte de coisas, nem imaginava o que acontecera. O jovem que se destacava da turma, havia levado um tombo quando tentara pegar a bola, teve uma forte distensão na coluna e caído no campo, de bruços. Fui aproximando lentamente de seu corpo, cheguei perto para ouvir suas respiração, e ouvi um choro de menino, e na respiração ofegante e implorou que não o tocasse, as dores eram insuportáveis. Senti vontade de carrega-lo como se fosse meu filho. Mas imediatamente, procurei o telefone para chamar uma ambulância, mas era Domingo, e o hospital mais próximo, informou que a única havia ido socorrer alguém muito longe. O jovem ali, caído na grama do campo de futebol, o silencio da torcida, alguns nervosos tentavam soluções. Não saí de perto dele, quando tive uma idéia, liguei para meu plano de saúde, não importando o que poderia custar, mas foi a única saída. Do outro lado da linha alguém perguntava se havia condições de pouso para o helicóptero, respondi sem certeza que sim, inventei até que já desceu um outro lá. Pediram referencias, mas todas que dava não servia como referencia, olhava em volta do sítio, e nada. No lago os gansos se recolhiam para dormir, tive uma idéia, falei para a recepcionista do outro lado, que o helicóptero podia vim para Itaboraí, pois quando o piloto avistasse um lago cheio de gansos ao lado do campo de futebol, e um grupo de pessoas de mãos dadas formando um círculo e acenariam quando avistassem.. E foi aceita a refencia. Ficamos todos olhando para o céu, quando emocionada, percebi que o grupo de jovens oravam em voz alta, suplicando ao Senhor que suas preces fossem atendidas, e em poucos momentos avistamos o helicóptero, e o piloto avistou o sítio e pousou, socorrendo o jovem atleta. Quando o helicóptero levantou vôo, e foi se afastando, notei que os gansos se acomodavam como solidários àquela estranha situação. Logo que o helicóptero desapareceu no horizonte, os gansos se acomodaram para dormir a volta do lago, assim como os pássaros retornavam aos seus ninhos. Os últimos raios de sol douravam as folhas das árvores do sítio, e agradecemos a Deus o socorro ao jovem. Foi um desafio vencido e abençoado pôr Deus. No dia seguinte fui informada que os pais do jovem tinha um plano de saúde que cobria o atendimento aéreo. Agradeceram nossa atenção.
Todas as vezes que tem evento no sítio, suspiro aliviada, pois sei que a oração daqueles jovens foi levada a Deus e com certeza a benção paira nos verdes e nas flores de meu amado sítio.