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Contos-->“Às Aventuras De Carmim & Camorim” -- 04/03/2003 - 03:43 (KaKá Ueno) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“Às Aventuras De Carmim & Camorim”
KaKá Ueno...03 03 03.

Camorin:
Nunca ficava bravo...
Nunca atacou...
Tampouco se defendia...
Nem precisava...
Não decidia, só aceitava.

( Camorin foi esquecidos! )

Quando Camorin percebeu,
só pode enxergar o vulto da família em meio a poeira.
Por alguns instantes, sentado na estrada:
Camorin desolado, ficou horas sem entender...
Se corria para tentar alcançar.
Não demora e já será noite...
E o padecido cão, embrenha-se no mato:
Não havia mesmo o que fazer...
Seguir ou ficar nenhuma das opções.
Velho cão sofrido, percorria às estradas,

Perdido no tempo,
havia um menino, talvez imaginário.
Não se sabe e nunca se viu de que tamanho ele está.
Pode ser que esteja morto, ou feliz em algum lugar.
Sementes que não foi dado o tempo de se plantar...
Nada havia para colher.
o chão ainda está seco...
O mato crescido e mal cuidado,

( O abandono De Carmim )
Começa aqui à historia do Carmim:

Num terreno amplo, não tinha nada plantado...
Lá havia um cachorro deitado, quase desmaiado...
E adiante, uma casinha, dentro, uma luz quase apagando...
Uma lamparina com pavio de algodão,
podia se sentir o cheiro do gás queimando e uma criança chorando...
Todos se foram, deixando para trás, um sonho a ser realizado.
Sons que não chamariam atenção, se não fosse por um detalhe,
o soar de um latido.
Havia pedaços de fotografias rasgado e espalhados por todos os lados...
À anos se tenta encontrar algumas imagens que não se sabe onde estão.
Se ao menos soubessem, se naquele dia chovia, ou fazia sol...
Poderiam procurar ao vento, ou no meio do mato,
na beira ou no fundo do rio...
Papeis de retrato amarelado, sem brilho e sem emoção,
Tudo foi perdendo a essência, e algum ar de felicidade na pintura do pintor.
Traços duros, carrancudos, ressequido e muito serio!
Não havia preocupação de buscar algum vestígio de alegria,
era só prá manter às lembranças da família.

Carmim cresceu aos cuidados de Camorin...
Aventurar-se nas estradas, talvez seria esse o caminho...
Roubaram frutas em pomares, peixes nos lagos:
Acendiam fogueiras nas noites geladas, para espantar o frio,
os insetos e animais de grande porte.
Um dormia enquanto o outro vigiava...
Iam se revezando.
E assim o tempo foi passando,

Sempre sonharam com grandes arvores, ao redor da casa...
A solidão do cão:
E uma cigana que passava, lia a linha no destino do menino...
Na palma das suas mãos...
Varias caminhos indicavam...
Lá fora um mundo o esperava...
A sociedade é como uma lupa!
Disse a cigana.
E o garoto quase desconhecido, cresceu e seguiu seu caminho,
em companhia do seu cãozinho.

Nem em sonho, um recado.
Como se fosse possível viver sozinho...
Quem os conhecerá, não existem mais...
Há historias não contada, nem escrito no papel...
Parece palavras ao ar,
Ou, caçadores de seres voadores...
Só havia uma forma de localizar,
Ouvindo conversas aqui, outras ali,
E como carta picada, ou um retrato rasgado,
Quando jogado pela janela, vão caindo, pedaço por pedaços no chão.
E quando encontrado, lia-se parte da historia...
Um olhar estagnado, do retrato rasgado
Quando o vento soprou, alguns mantiveram-se no ar.

Camorin, um cão que sorriu para ele...
Hoje, recordam um passado...
Tendo plena certeza, que Carmim e Camorin,
São historias que se fundiram e se completaram...
Ele era um cão que vivia longe da família, numa outra cidade.
De estrada em estrada,
suas vidas iam sendo contada...
Talvez, tanto um quanto o outro,
teriam coisas iguais para serem relatadas.

Uma vez:
Encontraram um pé de gruí...
Então pensaram, hoje iremos jantar e dormir...
Na manhã seguinte pegaram a estrada:
Quando o sol raiou já estavam longe...
Ao meio dia quando seus pés estiverem em cima da sua sombra...
É hora de descansar.
E pela tardinha seguiram viagem, vararam noite a dentro,
até a madrugada.
O cão de raça tentou seguí-los...
Lá pelas tantas, achou melhor desistir.

Vira-latas sobrevivem em qualquer lugar...
Come qualquer coisa,
É chutado e abandonado, coloca sua calda entre às pernas e segue viagem...
Para onde quer que vá, não importa o lugar,
se não for incomodado, nem escorraçado, se adaptará.
Vira-latas, são seres livres, e de fácil adaptação.
Às misturas de varias raças, faz com que eles tenham possibilidades...
Já os pés de gruís, além de não se misturarem...
Querem que os demais adapte-se aos seus costumes...
E nunca eles aos dos outros.

Quando os dois resolveram migrar:
Decidiram ir para uma cidade maior...
Carmim já era um rapazinho...
E Camorin estava ficando velho, sua idade já estava avançada...
Caminhava com dificuldade, andava um pouco e descasava...
Seu amigo, anda Camorin, temos que chagar logo:
Ficaram meses andando, até avistarem luzes.
O encanto era tamanho, que deslumbre?
Distraídos, o cão sem prestar atenção,
ao atravessar a rua, foi atropelado.

Aqui enterro meu maior amigo Camorin.
Um risco feito de canivete,
numa pedra bruta...
Um adeus ao companheiro,
o guerreiro que me seguiu.


KaKá Ueno...03 03 03.
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