Pequeno invólucro de carne acinzentada; asas retraídas e cabeça voltada para dentro. Proteção — ou camuflagem? — para um espírito de luz que ofusca o dia e faz com que as estrelas pareçam pálidas e tímidas, ridiculamente apagadas ao lado seu e de seu olhar de Supernova. Desejo de abrir as asas, ganhar espaço. Quem não pensa ao vê-la chegar?
Posso tomá-la nos braços milhares de vezes, que o meu mundo continuará a girar e o coração a disparar, sempre como se fosse a primeira vez.
Ventos fortes desestabilizam suas asas. Cuidado para não perder a estabilidade de seu vôo. Pouso de emergência, aterrissagem forçada. Ninguém estará na torre para orientá-la.
Qual a cor de suas asas? Não importa. Caleidoscópio de cores na luz de seu olhar.
Converter sofrimento e dor em sorrisos de alegria? Mas são as lágrimas que constroem o Mundo! Lágrimas tão importantes, que acompanham os momentos de felicidade. Felicidade tão imensa que torna o sorriso incapaz de expressá-la. Lágrimas que nos recepcionam na chegada à esta vida e que se despedem de nós, quando sofremos uma morte que valha à pena ser morrida. Lágrimas que, mesmo contidas fazem seu olhar brilhar com força suficiente para transformar vidas.
Como poderia alguém não reparar, quando você chega, abre suas asas e alça vôo? Faz pouco das lágrimas; engaveta maus sentimentos em busca de emoções, anulando ódios com o toque de suas mãos.
Sinta o vento, olhe o mundo de cima, abençôe-me com o seu olhar. Deixe as lágrimas rolar. Mas não se esqueça: a torre estará escura na hora de você pousar...