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Contos-->1945.....* -- 27/05/2003 - 12:01 (YOSHIE FURUKAWA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Novembro de 2001

Flores nos jardins, nos bosques, na primavera, e também nas mãos de muitas pessoas com luzes acesas frente ao olhar para uma nova despedida, e dizer da lembrança que ainda marca.
Uma senhora de passos lentos, os cabelos já brancos do tempo, caminha de volta do lugar onde sempre vai todo mês. Chegando em casa, prepara um chá, algumas torradas com geléia, liga para os filhos para saber como andam os netos e percebe que está com um pouco de sono. Sem se dar conta, já está sob os cobertores com um livro deixado ao lado de um porta retratos, uma foto de 1945.


Dezembro de 45

Era Natal de 1945, e a guerra já havia acabado, apesar do caminhar pesado de muitas pessoas que ainda procuravam por notícias daqueles que partiram sem poder prometer se iam voltar.
Eliza está bordando um jogo de toalhas, para seu enxoval. Costume de família. Ainda não sabia para quem o fazia, mas fica sonhando como toda colegial, com o findar dos desenhos feitos e os arremates delicados.
Segue para a caixa de correio e nela vê uma carta depositada, mas com o endereço errado. A letra era bonita e firme. Lê o verso e percebe que era destinada à sua vizinha do lado. Uma senhora que havia se mudado há pouco tempo, mas havia percebido que estava sempre de preto. Devia ser viúva e ter poucos parentes no Brasil, pois raramente a via na calçada ou alguém chegando.
Obedece sua mãe e vai ao portão entregar a carta. Sobe um lance de escadas e bate à porta. Quando ela se abre se depara com um par de olhos azuis diamantes e serenos. Fica meio sem graça, mas lhe mostra o envelope, e ela agradece a boa ação e pede que entre para um chá. Eliza a segue, curiosa. Senta-se arrumando os cabelos, e coloca as mãos sob o colo e fica a observar os dedos delicados que abrem a carta cuidadosamente.
“É meu filho, ele está voltando. Deus, como é bom saber disso...” As lágrimas correndo face abaixo de alívio. Conta-lhe de que havia perdido o marido recentemente e havia deixado a casa antiga no sul para começar uma nova vida mesmo que sozinha. Havia se casado tarde, mas tivera a sorte de ter um bom filho e um marido que pode amar muito. Não podia haver presente de Natal melhor do que este. Pede que a chame de Julia, ou Sra. Julia, como preferisse. Despedem-se na porta, com um pedido dela para que volte sempre que puder para um chá.

Já é 25 de dezembro, seguido da ceia. Eliza pensa em Julia e resolve levar um bolo que ela mesma havia feito. Cobertura de nozes, adora essa receita. Bate à porta , mas ninguém atende. Resolve entrar por conta própria.
Para seu alívio ela está na sala, de joelhos, rezando. “Filha, que bom que veio. Estava aqui pedindo a Deus que guardasse bem meu filho até chegar aqui. Lembra-se da carta não? ”
Julia mostra-lhe algumas fotos, num álbum bem cuidado. E neles um casal com uma criança no colo. Parecia que tinha os mesmos olhos que ela. Devia ser muito bonito. Será que mais que Toni, de quem vivia fugindo mas alimentava um amor platônico?



Janeiro de 46

“Um táxi para em frente à casa de Julia. Um homem dele salta, num movimento silencioso e se dirige ao novo endereço de sua mãe. Estava um pouco cansado, Ficara dias no navio, depois pegara o trem , e durante todo esse tempo muitas coisas haviam passado por sua mente. Como haveria de ser sua nova vida no Brasil. Tudo havia mudado, já sentira isso na Europa. Tinha saudades de seu pai, nem tivera tempo de se despedir. Haviam apenas trocado cartas e a notícia veio de repente como que um estrondo no peito. Também recebera a notícia de que Adelle havia ficado noiva e ia se casar. Por outro lado estava bem em sua carreira, estudara bastante, e cedo tivera que sair de casa, seguindo os mesmos passos dos tios e seu pai. Agora era um oficial, com uma boa patente, e uma medalha de guerra da qual não se orgulhava muito. Perdera um pouco do romantismo. Quem sabe olhar nos olhos de sua mãe, e agora de volta ao Brasil pudesse sorrir um pouco mais, como antes quando tinha seus amigos mais por perto.

Eliza recebe o chamado de uma escola que se interessou por seu trabalho e sua redação. Não quisera pedir indicações de ninguém. Fora até lá por conta própria e procurou saber como fazer para obter uma vaga. A notícia deixa sua mãe orgulhosa. Não vê a hora de seu pai chegar para contar da sua felicidade.
A campainha toca e quando abre a porta, fica surpresa. É Julia. Depois de entrar em sua casa e cumprimentar sua mãe, Julia lhe diz que vai ser um pouco breve, mas que gostaria muito que fosse tomar chá com ela neste dia. Queria lhe apresentar seu filho, e dizer como seria bom se Eliza o ajudasse a conhecer novas pessoas, pois Marc estava se sentindo meio que isolado do mundo depois de um tempo fora do país. Eliza consente e diz que irá terminar seus afazeres e em seguida irá até sua casa. Julia lhe dá um beijo na testa e parte sorrindo.

Está uma tarde bonita, daquelas que prometem um lindo crepúsculo. De algumas casas ouve-se o som alto de rádio com as últimas notícias. Bate à porta de Julia, que pede que entre. Isso já era comum entre as duas nas tardes de sexta. Terças e quintas tinha aulas de pintura e piano. Segundas e quartas procurava estudar um pouco mais.
Quando se dirige à sala observa uma figura, parece alta, escrevendo algo como uma carta. Ele se levanta ao ver Eliza.
“Marc, esta é Eliza, de quem lhe falei. ...” . Os dois ficam meio sem graça com a formalidade. Para disfarçar sua timidez, entrega-lhe alguns jornais. “Meu tio trabalha no jornal, acho que gostaria de saber de coisas que andaram acontecendo nas últimas semanas...”
“Obrigado, não precisava se incomodar, mas agradeço. Minha mãe comenta muito de você, parece que ficaram muito amigas, não?”
“É, acho que sim, o carteiro havia errado o endereço da sua carta e fui até sua mãe para entregá-la. Assim ficamos amigas, ela é uma pessoa sábia e maravilhosa, acho que isso é que me ajudou também a criar coragem para me candidatar a um cargo de substituta numa escola. Meus pais também me incentivaram bastante. Estão muito orgulhosos. Desculpe, acho que falo demais de vez em quando...”
Marc sorri, fica encantado com sua desenvoltura, um olhar de sonho, algo que perdera e estava bem na sua frente agora.
Conversam por um tempo. Julia nota que seu filho está sorrindo. Traz uns biscoitos e chá, trocam idéias, falam de suas lembranças, o tempo passa rápido. Pede desculpas a Eliza, dizendo que tem uma coisa importante para fazer. Antes que ela fale algo, sugere a Marc que lhe mostre outras fotos do álbum de família. Ele consente com um sim também meio sem graça.
A porta se fecha, ficam por um tempo se olhando e ela sorri, balançando as mãos...
“Pelos olhos da sua mãe, aquela criança no retrato é você, não?”
“Pelos seus olhos, você parece ser bem curiosa também, não?”- Marc sorri,- “É sim, mas procurei me cuidar para que minha mãe não me enchesse de mimos, pois sou filho único.”
“Você tem a letra bonita...”
“É, digamos que nunca tive preguiça de estudar e me esforçar para poder ser alguém. Eu sabia desde garoto o que queria fazer. Seguir a mesma carreira do meu pai, tios e avô. Minha mãe é quem sofreu um pouco, pois não pode passar tanto tempo comigo, e também quando criança ela não pode alimentar muitas amizades, pois sabia que sua estadia nos locais era sempre temporária devido ao trabalho de meu pai. Mas isso acabou nos unindo muito. Eu tenho muita saudade dele.”
“De alguma forma creio que isso seja algo que te motive sempre a prosseguir na sua carreira, creio.”
“Sim, é verdade, me inspira muito, Ainda mais quando se tem grandes ideais.”
“Bom, pode dizer à sua mãe que tive que ir? Tenho que terminar alguns trabalhos em casa...”
“Sim, Eliza. Olhe, foi um prazer. Espero poder ter a oportunidade de conversar com a doce menina de quem minha mãe tanto fala.”(Sorri).
“Imagine... Sua mãe é um amor de pessoa. Se eu viesse aqui todos os dias iria ganhar alguns quilos, com certeza...” – rindo.”Bom, até mais, Marc...”
“Te acompanho até o portão.”
“Obrigada.”
“Eliza...” – Marc diz num sobressalto.
“Sim, aconteceu algo? “
“Olhe, eu não vou ficar muito tempo por aqui e pensei que talvez pudesse te convidar para jantar, e também conversar mais com você. O que acha? “
“Nossa, ficaria encantada, Marc...”
“Então , amanhã às 18:30 está bom? Passo na sua casa, e não se preocupe, me apresento aos seus pais.”
“Você é uma anjo.”- sorri. “Sim, está bem, combinado. Qualquer coisa eu te aviso antes.


Marc aparece no horário combinado no dia seguinte e quando Eliza abre a porta vê um buquê de flores em suas mãos.
“Para você... Espero que goste. Estava passando perto de uma confeitaria antes de vir para cá e achei linda as flores de uma senhora.”
“Oh, nem sem o que dizer, são lindas, Marc ! Obrigada... Quer conhecer meus pais?”
“Sim, por que não?”
Dirigem-se até a sala de estar. Seu pai se levanta e observa sua filha caminhando em sua direção.
“Pai, este é Marc, filho de Júlia, lembra que comentei com você? “
“Ah, claro. Prazer, Guilherme ! Minha filha disse que você a convidou para jantar...”
“Sim, se eu tiver a honra de seu consentimento.”
“Podem ir, mas tome conta da minha boneca, por favor. Eliza, sua mãe foi ao encontro, estão planejando algo para a Páscoa das crianças. Por isso ela não está aqui.”
“Sim, papai. Vamos então?”
“Obrigado por tudo, Sr. Guilherme.”
“Imagine, filho... divirtam-se.”


A noite transcorreu de forma agradável, ambos sentiram que podiam conversar sobre vários assuntos. Ficaram brincando com os pratos e talheres. Eliza se esbaldou em rir das piadas que Marc contou, e também notou a vontade que tinha de falar, como se tivesse ficado calado por muito tempo, ou então devido ao seu trabalho. Mas ele disse que havia recompensas. Ver que sua mãe estava bem, ter viajado e conhecido outros lugares, outras culturas e assim, aprendido coisas diferentes.
Outros passeios aconteceram, e o carinho que tinham um pelo outro foi aumentando. O tempo foi passando rápido, o que deixou Marc a pensar sobre ter de despedir-se. Isso doeu.
Num dos últimos encontros, Eliza notou seu semblante sério e perguntou se havia algo errado.
“Sim, estou preocupado, pois vou ter que voltar, me chamaram para treinar um novo grupo para um novo projeto, e para isso vou ter que estudar mais ainda.”
“Entendo, é uma pena. Você já havia me comentado que não iria ficar aqui por muito tempo. Mas eu tenho que confessar que sua companhia me faz bem...”
“Eliza...”
Estavam olhando o por do sol, um retrato vivo para ser guardado para sempre como lembrança.
“Sim, pode falar , Marc...”
“Quando a conheci senti que você balançou meu coração. Eu relutei. Mas mesmo assim continuamos a nos ver. Eu precisava. E agora que tenho que ir, eu sei que vou sentir muito sua falta. A idéia de ficar longe de você para sempre me deixa perdido. Não quer se casar comigo? Eu vou ficar um tempo fora, podemos ficar noivos e quando eu voltar, nos casamos. Vou até a casa de seus pais para pedir consentimento, e minha mãe já está sabendo...”
“Está falando sério? “
“Sim, você aceita me esperar?”
“Aceito. Marc, estou muito feliz... Não sabe como. Eu vou esperar. E vou esperar sempre por notícias. Não imagina como estou feliz.”
Marc fica olhando para seus dedos, beija a palma de sua mão, pega uma flor e coloca sobre ela. Depois beija seus olhos e termina nos lábios.

A família já esperava por tal notícia, e ficam felizes por saber que tomaram tal decisão. Celebram o noivado dois dias antes de Marc partir. Julia chora de felicidade. Abre os braços para a menina que um dia lhe trouxe a carta e agora a recebe como filha, como sempre sentia quando das visitas e da atenção que recebia de Eliza.

Marc tem que partir. Deixa-lhe um bilhete e promete que vai voltar. E pede , olhando bem nos seus olhos como que súplica, que espere.
“Eu vou esperar, e vamos ser muito felizes e dar muitas alegrias para toda a família.”
O táxi chega. Despedem-se. Um segurando a mão do outro firme e um abraço muito forte. Lágrimas correndo face abaixo. Beijam-se e fazem promessas silenciosas. Eliza observa o carro se afastar. Pede a Deus que o proteja.
No bilhete estava escrito: “Eliza, onde quer se enconte, estarei sempre do seu lado. E é muito bom saber que vai estar me esperando. Amor. Marc.”

Os dias seguintes demoram a passar, mas procura se ocupar dos afazeres antigos. Como o combinado vai até a casa de Julia na noite de sexta para esperar por seu telefonema. O telefone toca, sua mãe atende e o nome soa alto e forte. Que bom ! Falam-se por um tempo. Pergunta se está tudo bem, ele diz que sim, e que sente muitas saudades. Como seus olhos brilhavam ao ouvir isso.
Despedem-se com a promessa silenciosa no coração. Eliza ajuda Julia com o jantar e conversam por um bom tempo. Tem que ir mas antes pergunta se precisa de algo. Ela diz que sim, que precisa que ela continue sorrindo e que não se esqueça dela também, brincando. As duas se abraçam. Olha para o anel no dedo e lhe diz boa noite.

Nas semanas seguintes os telefonemas acontecem e conversam bastante.
Mas numa sexta chuvosa, ficam esperando e nada. Ambas se olham, decidem fazer algo para o jantar novamente, conversam, e nada novamente.
O mesmo acontece na semana seguinte. Eliza pede o endereço onde ele está, pois Marc ligava de uma sala especial e dizia que não podia fornecer o número. Achava estranha isso, mas confiava nele.
Começou e lhe enviar cartas, mas não havia nenhuma resposta. O que começou a deixá-la preocupada.
Como um pesadelo, recebem uma notícia da base onde ele estava dizendo que encontraram um carro caído numa encosta, numa sexta feira de chuva, e os documentos de Marc dentro da carteira sem nenhum dinheiro, mas o corpo não foi achado, somente do colega de trabalho que havia morrido. Apesar de estarem com seus uniformes não descartam a hipótese de um assalto e que eles tentaram se defender, pois seu colega estava com marcas de bala e marcas roxas pelo corpo. Não quiseram detalhar mais os fatos, pois ainda haveriam de investigar.
Os dias passam, e agora os meses. Uma espera sufocante.
Numa noite, Julia a chama em casa. Pede que sente e lhe escute calmamente. Diz que tomou uma decisão: de não esperar mais por notícias de seu filho. E pede que faça o mesmo. Para sua felicidade. Eliza chora, nega o pedido de Julia, mas ela insiste. Diz que é muito nova para sofrer, que tem um futuro lindo pela frente. Que parte dela morreu e não quer o mesmo para ela. Diz que está um pouco cansada. Ela conhecia bem a palavra esperar, mas desta vez seu coração estava batendo de forma diferente. Explicou que se continuasse a esperar não iria agüentar e assim morrer de dor. Para ela , seu filho ainda estava vivo, mas na sua memória, o que era mais importante que tudo. E pediu desculpas por ser tão romântica.
Eliza aceita, mas pergunta se pode continuar a vê-la, saber se está tudo bem.
“Claro, minha menina. Eu te tenho como filha, a bonequinha que não tive. Você sempre me deu esperança.”

Julia faleceu três meses depois da notícia. Eliza achou-a dormindo, mas seu corpo estava frio. Ainda bem que decidira ir todos os dias até lá para saber como estava. E agora... outra perda. Céus...! Ia ter que suportar mais dor. Será que a vida adulta ia ser uma sucessão de perdas?
Ia ter que tomar outra decisão novamente.



Novembro de 2001

Eliza acorda. Havia sonhado um monte de coisas. Vai até o armário e pega um pequeno baú onde costumava guardar lembranças que considerava importantes. Seu marido, Toni, nunca questionara do porquê, já que havia lhe contado antes do casamento como sofreu pela perda de Marc, e mais tarde, Julia, e se ele conseguia compreender. Ele dizia que sim.
Encontra o bilhete que deixara-lhe. Que coisa... Não conseguia esquecer até hoje.
Na manhã seguinte resolve voltar ao cemitério, queria ver Julia, queria lhe contar o que sentia.
Estava lá já há algum tempo e nota que alguém a está observando perto de uma árvore. A figura não é estranha. E começa a caminhar em sua direção. Eliza não acredita no que vê. É Marc ! Seu nome soa alto e começa a chorar.
“Meu Deus, é você mesmo?”
“Sim, Eliza...”
“Por que não mandou mais notícias? Ficamos apavorados quando disseram do que havia acontecido?”
“Eu sei, com o tempo fui descobrindo. Eu perdi a memória. Como me acharam vagando perdido com traje militar, me levaram a um hospital numa cidade que desconhecia, e sofri muito até descobrir o que havia realmente acontecido. Levou anos, Eliza. E quando voltei, você já estava casada e com filhos. Minha mãe já não estava aqui. E me vi sozinho. Eu tive que achar uma forma de recomeçar tudo de novo. Nunca mais consegui encontrar alguém que pudesse amar. Fiquei sabendo que ficou viúva, e confesso que isso me deu esperança. Perdão, Eliza...”
(...) Mais lágrimas...
“Sua casa ainda está lá, Marc. Um advogado veio me procurar dizendo que sua mãe havia deixado no meu nome. Eu não sabia o que fazer, pedi conselho aos meu pais e eles disseram que se ela havia tomado tal decisão era porque tinha certeza que ia fazer o certo. Pediram que seguisse meu coração como sempre. Eu deixei aos cuidados de Toty, que foi minha babá. E agora, sua filha está lá. Não tive coragem de desfazer de nada, mas também não tenho coragem de voltar lá. Só pergunto a ela se está tudo como havia prometido a mim. E ela sempre diz que sim.”
“Temos muitas coisas para conversar , não Eliza?”
“Temos sim, Marc. E como...”
“Se lembra do bilhete que deixei antes de partir?”
“Sim...”
“Podemos falar sobre isso?”
“Não só podemos como devemos...”
“Então me dê a sua mão, olhe, tem um banco ali na frente...”
Os dois sorriem. Apesar da idade, Marc está com os mesmos olhos que sempre a encantou.
E pensar que tudo começou em 1945.
Foi bom ter esperado...*






YOSHIE
reviewed and edited on may27th,2003 - 11:56am
email: yoshie1608@bol.com.br
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