Maria não cabia em si de emoção. Amava, tinha saudade, do amado que nem sempre estava ao seu lado.
Queria ardentemente ficar junto, mas sempre havia impossibilidade.
Maria transmutava a todos que encontrava, derramando alegria efêmera ou salutar; fazendo presente a ausência do amado.
Dilatava o olhar, sorria, sob a vertigem de um dia ir ao encontro daquele amor. Queria esquecer as barreiras divergentes. Mas mesmo assim ficava hesitante: ir ou ficar tristemente? E se for rejeitada?
Maria busca-o desesperadamente, rompendo grilhões, apagando coerções, sem nunca fisicamente o ter, o encontrar. Ficava saboreando o encanto febril daquela paixão, que não valeu a pena, - pois João havia a trocado por outra.
Assim é a vida: nunca se deve procurar a felicidade, o amor em outrem. Depender tua vida da do outro. A felicidade está dentro de nós mesmos. Temos que nos amar primeiro, para depois amar o outro.