A conversa,pasmem vocês, rodava em torno da existência de um bicho muito exótico, nascido talvez de explosões e experiências nucleares, provavelmente nas remotas cavernas do deserto.
As pessoas envolvidas na discussão, atônitas, demonstravam o seu espanto ao ver o desenho do animalzinho, tão insignificante, porém tão estranho.
Técnicos sizudos cofiavam a barba e coçavam o couro cabeludo, tentando compreender o enigma daquela súbita e inteiramente inesperada aparição.
Resolveram apelida-la de lombriga atômica, pois o seu formato parecia mesmo com um verme pequenino.
Mas, o curioso é que o referido bichinho apareceu, justamente, na testa do dirigente dos trabalhos, que nem se apercebeu de que portava, na testa, aquele animal tão curioso.
Dizem que o Presidente ficou balbuciando palavras inintelegíveis, numa algaravia incompreensível, fazendo uma cara de beócio.
Os acólitos, acostumados aos chiliques nervosos do chefe e experientes puxa-sacos, tentavam acalma-lo providenciando chás, água-com-açúcar e outras bobagens.
Não sei como tudo acabou. Não me perguntaram nem lhes perguntei. Quem estiver curioso, pense nas seqüelas terríveis deixadas pelas armas atômicas, nas degenerações, nas doenças, no pavor, no cogumelo destruidor, na pálida "Rosa de Hiroshima", na lombriga atômica que aparece, depois das explosôes, na testa "helênica" do chefe.