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Contos-->O sonho do pescador -- 10/10/2003 - 16:50 (José Ronald Cavalcante Soares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A tarde ia caminhando para o final. O sol, já próximo do mergulho no ocaso, lançava chamas rubras e violetas para os lados do poente. A viração morna da primavera começava a dar sinais de que iria refrescar.
O velho pescador olhava o mar com aquele olhar de quem conhece o imenso parceiro da sua labuta. Pensava no barco que estava prestes a ser concluído ali mesmo na enseada, trabalhado com esmero e capricho por ele e por seus companheiros de arriscada vida no mar. Imaginava os peixes que iriam pescar e jogar no porão do barco moderno, com câmara frigorífica e tudo, um luxo!
Sonhava com a primeira viagem, quanta diferença para a jangadinha rústica e frágil, sem capacidade de armazenamento, que só servia mesmo para pesca de subsistência. E se imaginava na peleja do mar, enfrentando as tormentas do oceano, desafiando as ondas gigantes, "farejando" os cardumes, voltando com os porões abarrotados de pescado para despertar a inveja dos outros pescadores menos afortunados, que ainda pescavam em barquinhos toscos, vendendo uma ninharia de peixinhos pequenos na própria areia da praia, alguns deles já mudando de cor e arruinando...
Lembrou-se da missa, do sermão, de tanta coisa.
Por que estaria assim tão mergulhado em pensamentos e recordações, tão absorto no mar naquele fim de tarde. Apurou a vista e, lá longe, na risca do horizonte, vislumbrou uma jangada enorme, com a "vírgula branca" estendida, aproada para a direção onde ele se recostara havia pouco.Reparou que na vela tinha uma imagem de Nossa Senhora, tão bela, sorridente, chamando seu nome seguidas vezes: "Sebastião, meu filho, vem comigo! Sebastião, meu filho, vem comigo!"
Beliscou-se para ver se estava sonhando...
Olhou novamente e a jangada tinha desaparecido.
Ficou um tempão ali, parado, sem saber o que fazer.
De repente, um dor lancinante no lado esquerdo do peito. Começou a suar frio, sentindo as pernas enfraquecidas, um torpor tomando conta do seu ser...Os seus olhos, pela derradeira vez, viram a bola de fogo do sol mergulhar no mar e a noite surgir ciom todas as suas sombras...
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