Samuel, um senhor de aproximadamente 70 anos, era um vendedor ambulante, usava sempre um burro para carrega-lo de cidade em cidade.
Tinha um neto de nome Silvio que nunca o deixava sair sem ele. Fazia questão de acompanhá-lo em suas idas
e vindas.
O avô era um homem de bela compleição física e por onde passava chamava atenção. E os moradores achavam estranho aquele homem estar sempre sentado no animal, e o seu neto ia a pé.
Um dia alguém perguntou, porque ele que era um vivido e muito forte, não deixava seu neto ser levado pelo burro e ele faria o trajeto como o neto fazia?
Ele alegava que o neto, fazia questão de sair com ele. Não tinha nenhuma serventia, já que só ele vendia os
produtos.
Mas ninguém aceitava aquela situação, alegando que ele já tinha vivido bastante e não deveria sacrificar a vida do menino que aparentava uns 7 anos de idade.
Cansado dos reclamos dos habitantes das cidades onde transitava; resolveu atender e passou a colocar seu neto sentado no animal.
Após uma semana, começou a ouvir pessoas reclamando com o neto, o porque dele não dar o lugar ao avô.
Não entendia mais nada.
Indo para casa disse para o neto: agora, vamos os dois montados no pobre animal!
Ao chegar em outra cidade, alguém da Sociedade protetora dos animais, reclamou que o que ele estava fazendo era uma crueldade. Chamaram um policial e pediram para prender o homem, por maltratar os animais.
O senhor Samuel, chegando na Delegacia, disse o que tinha ocorrido antes nas outras cidades. E precisava trabalhar.
O delegado chamou o Juiz para dar a sentença. Fez o relato do que o homem narrou e sua surpresa com a decisão do Juiz.
Simplesmente o Magistrado, liberou o pobre homem. O Delegado e os protetores dos animais ficaram chocados.
O Juiz convocou uma reunião, solicitando que houvesse uma decisão dos jurados constituídos dos homens cultos da pequena Comarca.
E, todos foram unânimes no veredicto:
“que era humanamente impossível agradar a todos. Sempre haveria os descontentes” .
Como Samuel e seu neto não poderiam levar o burro nas costas, deixaram-no na Delegacia e foram embora a pé.
Não passou muito tempo e o burro acabou falecendo com saudade dos antigos donos...