Com os pés sobre montanhas amarelas, vejo as estrelas azuis no céu esverdeado. Elas brilham mais intensamente, agora. O silêncio é perturbador, apenas ouço o assoviar do vento em meus ouvidos. Olho para baixo e vejo um vácuo amarelo, sem vida e sem mudanças. Este vazio onde me encontro, me impede de executar movimentos. É como se eu não existisse, apenas meus sentidos estão lá, faltam as ferramentas. Olho para cima e vejo o sol verde-escuro. Ele não é apenas desta cor, e sim, várias tonalidades do verde, mas não consigo vê-las. Já tentei muitas formas de mudar minha visão, não sei como encontrar o foco.
Enquanto entristecia minha visão com aquelas montanhas vazias, pude notar algo diferente no céu. Era o sol. Enchi-me de alegria ao ver ele brilhar num verde-gaio. Então, o que eu havia esperado, aconteceu. Contemplei o céu chorando lágrimas de seus infinitos olhos azul-brilhantes. Uma chuva azulada despencou do céu. Podia vê-la cair vagarosamente como neve. Quando tocou meu rosto, senti a vida correr em minhas veias e em minha visão. O azul massageia levemente o vazio amarelo, molhando-o. Olho para baixo e vejo os frutos brotarem na frente de meus pés. Uma grama decora o chão, macia e leve. Agora, as montanhas enchiam-se de árvores e plantas. Pássaros esmeraldas saiam voando das plantações e deslizavam pelo céu, com suas graças e belezas. Seus cantos completam a melodia, junto ao som da chuva e das árvores balançando. Pequenos rios e lagos verde-água se formam por entre as montanhas. As lágrimas azuis por fim acabam. Respiro fundo o aroma esverdeado das árvores. Os verdes anos se iniciam. Tenho muito trabalho a fazer: construir, cuidar, mudar.
Na verdade, o sol é de infinitas cores, mas quando cruzado seus raios pelo céu verdejante, transformam-se em muitos tons de verde. Ele me guiará, com seu brilho inigualável neste imenso e cheio de vida Planeta Verdeal.