Não sei onde os fatos que irei narrar aconteceram, mas tenha parcas razões para duvidar da veracidade dos mesmos.
Sei - porque as informações aqui chegaram de fonte fidedigna - que o local é uma ilha, espécie de oásis de fantasia, onde as pessoas ganham muito dinheiro para muito pouco fazer.
Dizem até que quanto mais se trabalha ali, tanto menos se recebe ao final de cada mês. Mas, esta afirmativa não é de fonte acreditada, talvez ten ha brotado da mente de pessoa contrariada nos seus interesses, atormentada por algum complexo ou torturada pela inveja.
Bem, o que tem realmente pertinência nesta narrativa é que uma determinada criatura do sexo feminino, um belo dia se olhou no espelho e disse para si mesma:
"Já não sou tâo bela quanto era antes. O tempo está maltratando minha fisionomia, pondo marcas indeléveis no meu rosto. Espelho, espelho meu, o que faço para ter os lábios carnudos da Julia Roberts?"
Ante o silêncio do espelho, que de mágico nada tem, arrematou:
"Já sei, vou procurar um batráquio na beira do brejo e vou..."
Não chegou a concluir a fala, ouviu-se um ruído cômico e uma fumaça fétida encheu o ar de impurezas. Depois que a poeira e a fumaça assentaram, surgiu um sapo enorme bem diante dos olhos da referida senhora.
Ela tremeu amedrontada e exclamou:
"Quem é este que adivinha os meus pensamentos?"
O sapo, com aqueles olhos esbugalhados, ficou parado e silente, como todos os sapos permanecem quando não estão coaxando.
Esta parte da estória eu a reproduzo com muito temor de que m e interpretem erroneamente, mas, é o jeito repassa-lo do modo como a ouvi:
A senhora em questão precipitou-se na direção do sapo que, amedrontado, quis fugir.Mas, na tentativa, deparou-se com a porta fechada e foi seguro.
A cena posterior foi incrível, a mulher pregou seus lábios na boca desdentada do animal.
No dia seguinte, estranhamente, os seus lábios estavam intumescidos, carnudos, bizarros.
Ela se olhou demoradamente no espelho e concluiu que, pelo menos, naquela idade, era a Julia Robert local. A malediscência, contudo, apelidou-a, imediatamente, de Julia Robert dos pobres.