Amigo Airan tu confessa,
Toda essa furmusura
Vai dexá gente possessa
Admitindo a feiúra.
O Pedrin tu bein cunheci
Home tão chei de pendô
Pois desdi qui amanheci
Só iscuita coisas di amô,
Daquela qui o cunheci
E qui com ele casô.
Tua belezura amigo
Dexô o Pedrin pa traiz,
Tu é mermo um pirigo
Praquele jovi rapaiz.
Sortuda é tua Maria
A muié qui Deus ti deu,
Tantos fio, ai qui aligria,
Fora os qui faleceu.
Merece uma homilia
Por tudo qui já sofreu.
Maria muié valente
Di um homi trabaiadô,
Di coração carecente
Da visita di um dotô.
Presta tenção minha fia,
Homi ansim é pirsiguido
Bunito di dá gunía,
Cuida beim di teu marido,
Longi das istripulias
Das muié di ôi cumprido.
Mais dizeno a verdadi,
Eu tô é impressionada,
Purqui nóis cá da cidade
Num tamo acustumada,
Cum a belezura rara
Dus cabôco do sertão,
Nóis só sabemo de fala
Qui são tudo valentão,
Qui usam a faca qui cala
Do atrivido, o coração.
Pur isso o meu cumpadi
Ti posso chamar ansim?
Ti assussegui cum a cumadi
Possu agarantir pur mim,
Qui ieu de roça num ricordo
Pois vivu na capitár
Nóis vevi perto dum corgo
Di nome Paranoár,
Pra livrá nois da secura
Do Distrito federár.
Agaranto qui nóis semo
Gente de bom coração,
Nóis sabemo o que dizemo
Purque temo inducação.
Nóis nun ataca maridu
Nem cum charmi, nem facão,
Nelis nóis só põe os óios
Pá dá nossa opinião.
Qui nem sempre é favoravi,
Nóis só teim decepção.
Pur isso tua beleza
Que incanta o mundo inteiro,
Junto cum a natureza
Desse meu chão brasileiro,
Só vai sirvir pu cinema
Tamém pra televisão,
Si cuidi Richard Gerer,
Cum essa cumpetição.
Viva o Airan Ribeiro
Que vevi lá no sertão.
Quero ainda declarar
Que tu é muito apressado
Inda tava a iscrivinhar,
E já vein novo recado.
Mi adiscurpi cumpadi,
Impregada é utopia,
Que num teim essa cumadi
Muitio menos tua Maria.
Temo qui dá o recado
E lavá louça na pia.
Pur isso cumpadi lindo,
Cê incanta e intunteci,
Cabôco, mermo durmindo
Tua lindeza induideci
A muierada se agita
Cum cabra tão belo ansim,
Tu és a flô mais bunita
Qui elas qué nos jardim,
Isqueci o “Ci”, e riflita,
Tu és o próprio jasmim.
Tamém quero pruveitá
E dizê pu Paulo Março
Tu vai é tê di isperá,
Pois teim gente no pedaço.
Pedrim, o de Vila Véia,
Airan qui vei da Bahia,
Generoso, na colméia,
É tudo qui nós quiria,
Com Wellington na roda,
Já virô uma fulia.
Nóis num temo nada contra
ante um cara bunitim,
mais a tarefa agiganta
ninguém güenta inté o fim.
Ispera, cumpadi, ispera,
Vamo vê o qui acunteci,
Bêra Mar sumiu da esfera
Vamo vê si ela apareci.
Vô ficano por aqui
Antis qui oceis mi intonteci.
Importante: Rapazes vocês são lindos, encantadores, versejam com alegria, graças a Deus, mas perceberam uma coisa? Eu estou sozinha na luta contra um monte de poetas maravilhosos. Logo eu, aprendiz de cordel? Eu amo cordel, mas vou dar umas voltas por outras plagas. Ciao!