Dona de casa, essa heroína.
Homenagem a Maria da Graça Almeida.
Autor: Daniel Fiuza
30/11/2001
Mestre Egidio respondeu
Com galhardia nos trilhos
Sobre o trabalho caseiro
Da dona de casa e filhos
Falou com sabedoria
Disse tudo que sabia
Enaltecendo seus brilhos.
Quase não me deixou nada
Mas falar um pouco eu vou
Aceite minha solidariedade
Nessa justa luta eu estou
Sobre o serviço da casa
Que ela nunca atrasa
E que ninguém dá valor.
Eita trabalho enfadonho
Muito chato e repetitivo
Todo dia a mesma coisa
Não tem nenhum atrativo
Trabalhando noite dia
Sem nenhuma garantia
Sem prazer e sem motivo.
Acorda de madrugada
Para fazer logo o café
Levar os filhos na escola
Tem de está cedo de pé
O marido ainda reclama
Quando ela o tira da cama
Ficar dormindo ele quer.
Vai arrumando os quartos
Limpa tudo deixa na linha
Tem que varrer e espanar
Fazendo faxina sozinha
Depois prepara o almoço
É grande o seu esforço
Seu reduto é a cozinha.
Após servir o almoço
A pia está lotada
A louça tem que lavar
Ainda que esteja cansada
Tem roupa para lavar
Outro tanto pra passar
Não pode ficar parada.
Está chegando a noitinha
No jantar tem que pensar
Ainda nem tomou banho
Logo o marido vai chegar
Não dá pra ficar bonita
Cheirando a batata frita
Nem senta pra descansar.
Quando seu marido chega
Quer o jantar preparado
Fala que trabalhou muito
No sofá fica deitado
Assiste o jornal nacional
Quer ficar bem atual
Nem nota ela ao seu lado.
Vem a hora de dormir
Banhada e cheirosinha
Quer compensar no amor
Insinua-se dengosinha
Ele vira pro outro lado
Diz que ta muito cansado
Na cama ela fica sozinha.
Sei que existe marido
Que ajuda e dá valor
Toda regra tem exceção
Muito ela já conquistou
Precisa mais igualdade
Desfrutar a felicidade
Encher a vida de amor.