Dedicado à Mira Ira, ou Eliana Berto, poetisa querida do Recanto das Letras.
Esse boi qui tô falano
Vai chegá impacotado
Presente de fim de ano
Pra festança distinado.
Só pricisamo incontrá,
Um cabôco corajoso
Pra abatê e isfolá
Esse mineiro tinhoso
Chifrudo ispetaculá,
Premiado e bem famoso.
No dia dessa festança
Quero vê a Eliana
Que anunciô cumilança,
Lingüiça, garapa e cana.
Mira Ira presenteô
Esse boi que tô falano,
Que num rodeio comprô
Por ele muito pagano,
Poetisa ocê falô
Qui nóis num ti cunvidamo.
Cuma é qui a sinhora
Fala um negócio ansim
Pois no seu JuizdeFora
O correio anda ruim,
Discubriu cumpadi Airão
Ele inté disse pra mim,
Que por farta de avião
Ele vem cum seu jeguim,
Tu tá mais que cunvidada,
Num pense coisa ruím.
Nóis inté ti agradeci
Do boi qui a sinhora deu
Os atraso acunteci,
Foi isso qui assucedeu.
Di Berlândia e Beraba
Terra de gente faguêra
Vai chegá uma carrada
Pressa festança primêra
Onde o canto e o cantadô,
Vão alevantá puêra.
Sinhora tá cunvidada
Di novo eu arrepito,
Num fiqui tão melindrada
Cum esse teu jeitim bunito.
Adiscurpe o recado
Que gerô mal intendido,
A lingüiça que eu falava
Num era de seu marido,
Era do Pedrim Goltara
Nosso cumpadi querido.
Pedrim vai levá pirú
Foi isso qui prometeu,
E lingüiça capixaba,
Comprada dum amigo seu.
Nois conta cum os seus verso
De poetisa valorosa,
Pa incantá todo universo,
Com sua rima primorosa,
Eita qui festança boa
Tu és linda cumo a rosa.