"O saci não fuma mais" & FUMO NO SACI, do poeta Silva Filho.
(Hull de La Fuente)
(Uma história infantil que não se enquadra muito em cordel, mas os adultos também precisam saber disto...)
Sua mãe o educara
Para ser um fumador
A herança ela herdara
De um velho caçador.
Pela mata ele andava
Pulando em um pé só
Um cigarro ele pitava
Com um bafo que dava dó.
Mas num dia ensolarado
Um boiadeiro o viu
E reagiu assustado
De perto dele fugiu.
Mas o saci foi atrás
Mais ligeiro do que um raio
E alcançou o rapaz
Que quase teve um desmaio.
Pediu-lhe um pouco de fumo
Pra colocar no cachimbo
E o boiadeiro no prumo
Olhou-o quase sorrindo.
De pólvora deu-lhe um pouco
Da que levava consigo
E o Saci como um louco
Dava pulos sem sentido.
Mas quando o fogo pegou
O cachimbo carregado
Pro ar o Saci levou
Que ao chão caiu deitado.
A partir daquele dia
O Saci não mais fumou
Os viajantes, ele via,
Mas ninguém mais assustou.
Que esta lição também sirva
Ao fumante inveterado
À vida vamos dar vivas!
Deixe o pulmão sossegado.
Se o Saci aprendeu
Por que não o imitamos
Pulmão nunca mereceu,
Esse vício, destruamos...
***
Querido poeta Silva Filho, é uma grande alegria tê-lo interagindo comigo. Obrigada!
FUMO NO SACI
Silva Filho
Gostei do tema rimado
“O SACI NÃO FUMA MAIS”
Depois da pólvora queimada
Nem mesmo o satanás
Vai querer uma pitada
Que chamam de baforada
Pra roubar a nossa paz.
Somos fumantes passivos
Tragando qualquer fumaça
O fumante não se toca
E do fumo faz chalaça;
Porque falta consciência
Pra conter a conseqüência
De toda essa desgraça.
Quem ao vício aderiu
É porque é muito fraco
Muita gente se enganou
Com o nome de TABACO;
Quando descobriu o erro
Só deu tempo pro enterro
Porque já era um caco.
Não bastasse tanto fumo
Que o povo já agüenta
Fumo grosso e comprido
Que passa longe da venta;
Descaso dos governantes
Com os pobres figurantes
Duma peça fraudulenta.
