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Cordel-->Cordel a quatro mãos - Nanda e Frei Dimão 22/06/11 -- 21/06/2011 - 10:09 (Brazílio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


 

Vou confessar-lhe, Frei Dimão,
E espero a absolvição:
Entreguei-me à tentação
Mas só namorei no portão.

É coisa até tolerada
o tal namoro de portão
no entanto estás condenada
se tocaste no freio de mão...

Se soubesse que a penitência
Ia ser tão braba assim
Dava fim à abstinência
E completaria o festim!

O rigor da penitência
é pra no pecado por fim
mas terias plena indulgência
se só pra mim fosse o festim

O sacristão enxerido
Lembrou-me que Frei Dimão
É todo comprometido
Co`a santa religião.

Já peguei aquele enxerido
bem com a boca na botija
pois em matéria de cupido
ao ver fêmea ele se mija


Cê que tem autoridade

Não maltrate o sacristão

Tenha dele piedade

Se o encontrar no portão.


Esse sacristâo, eu não sei
pois bem safado me parece
tem horas que tá muito gay
e noutras, ninguém merece

 

Será que ele é vira-folha?

Eu nem prestei atenção

Acho que estava zarolha

Na hora da agarração.

 

Esses estados não comento
por voto de castidade
mas o que ora mais lamento
é o ser eu e não ele  o frade

 

Vô contá  procê, ó frei

Que o  sacristão é  bonzim

Se é bonito eu não sei

O portão tava escurim.

 

Só merece reprovação

ir por essa via perigosa

pois no escuro u´a boba mão

pode tocar onde se goza

 

A Nanda agradece

A sábia  admoestação

Pois no  perigo  perece

Amar no escuro do portão

 

O escuro se presta
a tanta devassidão
vai ver no meio da festa
ele fez muita apalpação

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