Quando ainda era menina
Já era muito assanhada
Por homens interessada
Parece que tinha sina
Era de família fina
De riqueza e tradição
Tinham terras no sertão
O pai bem conceituado
Um povo rico e educado
Mas a menina era o cão.
Logo que fez doze anos
Já perdeu a virgindade
Foi-se embora pra cidade
Maria bolou seus planos
Foi viver seus desenganos
Para um pião se entregou
Seu pai quase lhe matou
Deu-lhe vinte chicotadas
Mas não adiantou de nada
Pois de casa se mandou.
Maria era bem bonita
Bastante desenvolvida
Saiu errando na vida
Dando que nem uma cabrita
Pra todos era uma lolita
Nenhum homem a saciava
Às vezes com três transava
Ficava pedindo mais
Só queria homem capaz,
Mas Maria nunca achava.
Durante a adolescência
Amor Com muitos ela fez
Homem nenhum a satisfez
Ficava sempre carente
Do sexo era dependente
Transava com cinco ou seis
Durante mais de um mês
Não ficava satisfeita
E nunca achava a receita
Ficando só no talvez.
Maria aumentou a beleza
Quando já estava adulta
Tornou-se uma prostituta
Se virando em Fortaleza
Só acumulou riqueza
De tanto que ela trepava
Muito dinheiro ganhava
Era um caminhão por dia
Transando com alegria
E nunca que ela parava.
Recebia uma multidão
Não se cansava jamais
Menino, velho ou rapaz
Aumentando seu tesão
Foi Maria batalhão
Esse apelido pegou
Ela mesma o adotou
Ficou sendo o nome dela
Feito uma égua e a sela
Dizem que até gostou.
Um dia foi convidada
Pra torcida do flamengo
Para em todos fazer dengo
Alegrando a moçada
Acabou com a negrada
A turma ficou no chão
Maria foi pro canecão
Pra vê se achava macho
Para abaixar seu facho
E acabar seu tesão.
Um belo dia sutil
Foi parar no Morumbi
Quase que não saiu dali
Danou a dá o xibiu
jogador não se exibiu
Todos entraram na dança
Kaka, Rogério e o França
Tudo virou bacanal
Todo mundo passou mal
Só Maria fez festança.
Na guerra foi contratada
Pra derrota o inimigo
E impingir lhe um castigo
E para lá foi mandada
Ela já desceu pelada
Trepou com a tropa inteira
Ainda trouxe a bandeira
Deixou todos arrasados
Com os pintos esfolados
Amontuou a trincheira.
Pro governo foi chamada
Pra debelar uma greve
Queria que fosse breve
Nas armas que fosse usada
Pelos grevistas trepada
Tudo em apenas um dia
Naquilo que mais valia
Na cartilha trabalhista
Manifesto comunista
Era o peito da Maria.
Maria era dominada
Pelos prazeres do sexo
Nada mais tinha nexo
Era um homem ou nada
Só queria ser amada
Durante o dia inteiro
Ainda ganhava dinheiro
Gozando e ficando rica
Ganhava dinheiro e pica
Na satisfação primeiro.
A Maria batalhão
Não parecia feliz
Vivia pedindo bis
Não satisfazia não
Só queria de montão
Receber todo caralho
Podia ser de bandalho
Para lhe satisfazer
Só não sabia porque
Nunca enchia seu talho.