Embora o poema abaixo não possui a métrica e nem a quantidade versos em cada estrofe para ser chamado de cordel, por falta de uma classificação melhor resolvi postá-lo na seção cordel. Espero que o amigo leitor compreenda e aprecie o caso -- narrado em versos -- da jovem que caiu nas mãos de um sedutor.
Ainda jovem e inexperiente
Foi presa fácil de um sedutor
Que de forma inconsequente
Iludiu-a com juras de amor
E alguns belos presentes
Deslumbrada com o galanteio
E os mimos que não podia comprar
Não viu que cheio de rodeios
Aquele homem queria lhe roubar
O que homem algum chegou a tocar
E ele muito sorrateiramente
Preparou o bote certeiro
Levou-a com seu ar galante
Para o seu ninho fuleiro
Onde desonrava moças decentes
Ela ficou com certo temor
Quando se viu tão desprotegida
E experimentou certo horror
Quando se viu toda despida
Nos braços daquele sedutor
E o frio percorreu-lhe os meios
Quando seus delicados dedinhos
Que tentavam cobrir-lhe os seios
Foram postos bem devagarinho
Naquilo que só vira em devaneios
Assustada, quase se pôs a chorar
Mas achando tratar-se dum cavaleiro
Que mal não iria de lhe causar
O falo tocou-o bem ligeiro
Com medo de não sabê-lo segurar.
E uma sensação desconhecida
Arrebatou-lhe a alma de repente
Apaixonada e seduzida
Permitiu que inescrupulosamente
Aquele homem destruísse-lhe a vida
Ao induzi-la sem rodeios
A praticar os atos mais aviltantes
Como se seu corpo fosse meios
De realizar fantasias tão chocantes
Que a uma prostituta causaria receios
Como um filhote de passarinho
Sentiu-se abandonada e sem lar
Pois não era digna de voltar ao ninho
E num puteiro foi se abrigar
Onde de seu corpo fez seu caminho