Rochinha das Queimadas
( o Gavião Cantador)
A VERDADEIRA HISTÓRIA DA VIDA AVENTUROSA DO EMBARGO INFRINGENTE
O menino Infringentinho
Era um menino indecente,
Roubava prata de cego
E remédio de doente,
Mentia com segurança
E ria trincando os dentes,
Nunca sabia de nada,
Se fazia de inocente.
Depois que ficou rapaz,
Infringente se perdeu,
Tomava muita cachaça
E até adoeceu,
Queria uma profissão
E ao diabo se vendeu,
Fez acordo com o capeta,
Deputado se elegeu.
Se deu muito bem na vida
E logo enriqueceu,
Das aventuras passadas,
Ele nunca se esqueceu,
Mas roubava com cuidado,
Nunca ninguém percebeu,
E o seu maior amigo
Se chamava Zé Bedeu.
Não era muito estudado,
Mas era inteligente,
Toda vez que apertado,
Saía pela tangente,
Por artimanhas ganhou
Um nome proeminente,
Um nome largo e pomposo:
É o Embargo Infringente.
Com Embargo ninguém pode,
De tudo ele é capaz,
Tudo que o diabo manda,
Muito ligeiro ele faz,
Nunca perde uma peleja
E não vai perder jamais,
Ele é invencível mesmo
Falando nos tribunais.
Doutor, Embargo Infringente
É um pau pra toda obra,
Ele faz qualquer serviço,
Mas por tudo ele cobra,
O cara fica com tanto,
Ele fica com a sobra,
Tudo vai acumulando,
Sua fortuna redobra.
O Brasil tá dominado,
Mas não tem tristeza, não;
A vida melhor do mundo
É a vida de ladrão,
Pode roubar sossegado,
Passear de avião,
Pois o Embargo Infringente
Lhe segura com a mão.
Rochinha das Queimadas
(o Gavião Cantador)
Mote: Eu sou o embargo infringente
Que ajudou Zé Dirceu.
Sou veneno estricnina,
Vidro moído com breu,
Sou Zé Pilintra de fogo,
Sou um sacerdote ateu,
Sou catapora e sarampo,
Sou o próprio Zebedeu:
Eu sou o embargo infringente
Que ajudou Zé Dirceu.
Sou o safado famoso
Que no lodaçal cresceu,
O bandido façanhudo
Que à justiça venceu,
Sou o pai dos salafrários,
Coice que o jumento deu:
Eu sou o embargo infringente
Que ajudou Zé Dirceu.
Sou urso pé de veludo
Que escondido comeu,
Engabelando os otários,
A grande pança encheu,
E foi muito engraçado,
Quase ninguém entendeu:
Eu sou o embargo infringente
Que ajudou Zé Dirceu.
Sou bicho de sete capas,
Nunca ninguém me venceu,
Quando atiro é morte certa,
Quem duvidou se fodeu,
Eu dou as cartas de cima,
Quem apostar já perdeu:
Eu sou o embargo infringente
Que ajudou Zé Dirceu.
Não tem lero nem tem melo,
Quem manda lá só sou eu,
Eu sou a besta fubana,
Maldição de Samodeu,
Vou ser rei desse Brasil,
O diabo já prometeu:
Eu sou o embargo infringente
Que ajudou Zé Dirceu.
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