| 
 
   
  
				| LEGENDAS |  
				| ( 
					 * )- 
					Texto com Registro de Direito Autoral ) |  
				| ( 
					 ! )- 
					Texto com Comentários  |  
 
  
  
 |     |  
   
 
	|
 | Cordel-->Embate entre Frei Dimão e a recantista Fernanda -- 15/10/2013 - 03:39 (Brazílio)  | 
	
	 | 
	
	 |  
 |  |   
Quantas vezes te conclamei
 
para o caminho da verdade
 
mas ouvidos moucos encontrei
 
esnobando o modesto frade.
 
 
 
Sei bem, ó bondoso monge
 
Que o melhor pra mim deseja
 
Seus conselhos vêm de longe
 
Desde que me viu na igreja.
 
 
 
Sinto que agora é bem tarde
 
para mais uma alma salvar
 
em cujo peito ainda arde
 
a vontade maior de pecar
 
 
 
Penso, sim, neste conselho
 
Dia e noite... noite e dia...
 
Penso... penso... e ajoelho
 
Até minh’alma beneficia.
 
 
 
 
 
 
 
Se já não alcanças o céu
 
vê bem o meu repertório
 
posso salvar-te do beleléu
 
mandando-te ao purgatório
 
 
 
Dizem que lá é muito triste
 
É um breu que não tem fim
 
E aí a gente não resiste
 
E grita: “tem pena de mim!”
 
 
 
De lá, toda compungida
 
o terço então rezarás
 
buscando apoio da mãe querida
 
e dando as costas pro satanás
 
 
 
Vê se me acha o caminho
 
Que vá direto até o céu
 
Certo, meu  capuchinho?
 
Lá ganharei o troféu.
 
 
 
Assim, em Cristo, persevera
 
copiosamente vai rezando
 
o que hoje te parece quimera
 
amanhã irá se materializando
 
 
 
 
 
Seguirei  as admoestações
 
Eu prometo de pés juntos
 
Farei milhões de orações
 
Dentro dos mesmos assuntos.
 
 
 
 
 
Até alcançares a libertação
 
muito, bem sei, hás de penar
 
mas vê o quanto vale a oração
 
para a alegria te transportar
 
 
 
Para a plena libertação
 
Serve a carta de alforria?
 
Estou com esta na mão
 
E muito me beneficia.
 
 
 
Com as palavras da salvação
 
sei que te libertarei um dia
 
agora presta toda a atenção
 
e vem ser benzida na sacristia
 
 
 
Tem que ser com água benta
 
Muito limpa sem mistura
 
Pois é esta que sustenta
 
A minha alma bem pura.
 
 
 
 
 
E com tua vinda junto a mim
 
o caso darei por encerrado
 
e pra te libertares por fim
 
sacode firme o meu cajado.
 
 
 
Este detalhe eu não sabia
 
E até  já me desacostumei
 
Faz tempo que eu me benzia
 
E o cajado abandonei.
 
  |  
 
  |