Abelhas, flores, cegonhas
Já estão foram de moda
Assim como as sementes
E brincadeiras de roda
Pra explicar gravidez
Neste século é foda.
Caso um filho pergunte
Ao pai como nasceu
De imediato o pai pensa
Agora tudo fodeu.
Depois de muito pensar
O pai assim respondeu:
Eu sempre sabia que disso
Falaríamos um dia.
Nós entramos no facebook,
Esta nova confraria,
Eu conheci a sua mãe
E foi grande a alegria
Que eu logo mandei tweet
Pra irmos a cybercafé,
Descobrimos que os nossos
Links e likes davam pé
Entendíamo-nos bem
Nada ia contra a maré.
Daí fomos para laptop
E para WhatsApp também
Às vezes era no Skype.
As coisas iam muito bem,
E fomos dando mais likes
Likes vai e likes vem,
E certo dia decidimos
Compartilhar os arquivos
Então meti meu pendrive
De modo bem efusivo
Na USB da sua mãe
Que era bem convidativo
Quando começou o download
Nós tínhamos esquecido
O soft de segurança
E tudo já tinha ido
Não tínhamos firewall
O Snapchat tinha sumido
Para cancelar o download
Era tarde e impossível
O que havia nos arquivos
Tornava-se imprevisível
Mas depois de instalados
A coisa ficou visível
E nós deixamos de ter
Notificações mensais.
Mas nove meses depois,
Com registro nos anais,
Veio você aparecer
Com login, senha e tudo mais.
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA, JUNHO/2019
O TEXTO FOI-ME ENVIADO POR UMA AMIGO,
QUE TRANSFORMEI EM CORDEL, E DIZ SER DE AUTOR DESCONHECIDO, POR ESTE MOTIVO NÃO
O MENCIONA AQUI. TÃO LOGO TENHA CONHECIMENTO DA AUTORIA DO TEXTO INCLUIREI O
NOME DO AUTOR. |
