A CHUVA NO MEU SERTÃO
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Nasci no SÍTIO SÃO JOÃO
E carrego na esperança
Uma fonte de energia
Que não me sai da lembrança;
Quando chove no sertão
Me vem a recordação
do meu tempo de criança.
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Já está fazendo onze anos
Que onde nasci não se via
um inverno bom assim
que traz vida e alegria,
o riacho deu enchente,
e o açude velho da gente
transbordou pela SANGRIA.
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Eu me lembro que de casa
Um murmurinho se ouvia
Era a torrente das águas
Que uma zoada fazia;
Todo mundo se animava,
de manhã se levantava
Pra se banhar na SANGRIA.
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Vejo a ENCHENTE e me transporto
Até minha juventude,
Relembrando o rio cheio
Naquele ambiente rude,
Quando a ENCHENTE é grande estoura,
Cobre as roças de lavoura
Com lama, balseiro e grude.
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Vejo o CAMPO TODO VERDE,
Cheio de encanto e beleza,
Dando brilho ao ambiente,
Graças à Mãe Natureza
Que faz a renovação
Da paisagem do sertão,
trazendo vida e riqueza.
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Vejo a FARTURA chegando
Na casa do sertanejo,
Milho, feijão, melancia,
Maxixe, manteiga e queijo,
Pinha, cajá, jerimum...
Quando vejo de um em um,
Aumenta mais meu desejo.
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