No mundo em que vivemos,
Com assaltos e violência,
O brasileiro tá cansado,
Já perdeu a paciência,
Mas nem tudo tá perdido,
Se tem muito bandido,
Alguns tem a excelência.
No Brasil de norte a sul
Tem história de assaltante;
Umas cheias de tristeza
Outras bem hilariantes:
É o assalto regional,
Linguajar excepcional
Que vou passar adiante.
O assaltante cearense diz:
É um assalto meu bixim!
Arriba os braços, macho,
Perdão Ciço, meu padim,
Eu num tô fazendo festa,
Tô cuma fome da molesta
E precisado dum dinherim.
O mineiro diz:- Cumpadre,
Oia aqui e prestenção,
É assarto, sunga os braços,
Oia esse trem na minha mão;
Tá esperando o quê? Uai,
Passa os trocados e vai,
Hoje eu não tô muito bão.
O gaúcho, tem seu jeito
De assaltar o cidadão:
Ô guri ficas atento,
Cuidado com meu facão,
Ele corta barbaridade,
Vai tirar-lhe a castidade,
Levantas os braços então.
O baiano não tem pressa:
Não esquenta, irmãozinho,
Ôh meu rei, é um assalto,
Passa a grana devagarinho,
Fica quieto, não se mexe,
Mãos ao alto, não se avexe,
Fica aí bem sentadinho.
Não me leve a sério, amigo,
Tudo isto é brincadeira,
É pra espantar a revolta
Da situação brasileira,
Tanto assalto e bandido,
Que me deixa entristecido,
Só mesmo falando asneira.