Tiro leite duma onça
E de cobra de resguardo
Crio até filho bastardo
Me agarro com geringonça
Namoro com mulher sonsa
N’água pego poraquê
Bebo pinga de dendê
Nado com um tubarão
Pego leão com a mão
Mas não voto no PT
Enfrento o ferrabrás
Subo descalço o Himalaia
Posso até vestir saia
Compro ação da Petrobrás
Vou preso em Alcatraz
No Acre entro no fumacê
Queimado posso morrer
Neste tempo de eleição
Fico sem ter um tostão
Mas não voto no PT
Vou pra prisão com Marcola
Com Fernando Beira-Mar
Torço até pelo Ceará
Posso me casar com boiola
Saio na rua de camisola
Picanha deixo de comer
Cerveja não vou beber
Não voto noutro ladrão
Posso ir pro paredão
Mas não voto no PT
Limpo a bunda com ortiga
Brigo com surucucu
Como filé de urubu
Até feijão com lombriga
Com Tyson arranjo briga
Mesmo que venha a morrer
Ou os dentes todos perder
Não fique um só inteiro
Vou morar em um chiqueiro
Mas não voto no PT
Enfrento até a Gestapo
Todo comando nazista
E também dos comunistas
Eu bebo leite de sapo
Com suco de jenipapo
Não quero mais ter prazer
Vou para Cabuletê
Comer até tanajura
Porém faço uma jura
Mas não voto no PT
Neste tempo de eleição
Quando só tem gente boa
Todos merecendo loas
Pra nos trazer confusão
Escolhe-se um ladrão
Que vai mesmo nos foder
E ter bastante poder
Voto em qualquer cidadão
Até mesmo no Capitão
Mas não voto no PT
E não voto no Psol
Farinha do mesmo saco
Outro bando de velhaco
Bebo cerveja Escol
Quero um monte de terçol
Voto para escolher
Até posso eleger
A cadela mãe do cão
E não quero um Leitão
Pois não voto no PT
Durmo com o capiroto
Entro dentro dum vulcão
Estando em erupção
Bebo água dum esgoto
Até corto meus escrotos
Se médico não socorrer
E não puder reverter
Vou deixar de ser inteiro
Viver com pai de chiqueiro
Mas não voto no PT
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA, OUTUBRO/2024
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