Ainda estou aqui
Lutando por minha vida
Onde falta segurança,
Nas prateleiras comida.
Como medo de ser morto
Por uma bala perdida
Ainda estou aqui
Cercado por traficantes
Protegidos por sistema
Que prende os ambulantes
Ou qualquer pessoa descente
Só por ser manifestante
Ainda estou aqui
Vendo meu povo morrer
Em filas de hospitais
Por ter votado no PT,
Depois da transposição
Não ter água para beber
Ainda estou aqui
Onde criança vai pra escola
Para alguns professores
Ensinarem-lhes ser boiola
Não respeitar tradições
Ser chamada de corola
Ainda estou aqui
E não posso ser cidadão
Pois só tem valor quem é
Bandido, corrupto, ladrão
Tudo isso defendido
Por ator de televisão
Ainda estou aqui
Onde que mata, sequestra
Tem filme em homenagem
Com direito a boa orquestra
E dinheiro da Rouanet
Para ator que se adestra
Aqui estou aqui
Apesar dos comunistas
Que da terra fazem inferno
Como todos os castristas
Também matam religiosos
Iguais aos piores nazistas
Ainda estou aqui
Sem poder sair às ruas
Com medo destes bandidos
Que só fazem falcatruas
Sem poder comer um ovo
De jabuti, cacatua
Ainda estou aqui
Com toda atrocidade
Cometida pela esquerda
Que só pratica maldade
Plantando suas intrigadas
Faltando com a verdade
Ainda estou aqui
Num escuro horizonte
Por trás de Montenegros
Sem quase água na fonte
À espera de um milagre
Que novos rumos aponte
Ainda estou aqui
Sem ter um só apanágio
Mas pra usar a internet
Paga-se à facção pedágio
Ou vai a um cemitério
Fazer um longo estágio
Ainda estou aqui
Mesmo vendo este povo
Comendo resto de peixe
Pois não pode comprar ovo
Mas mesmo assim continua
A votar no PT de novo
Ainda estou aqui
Com o marido da Janja
E ninguém poder comprar
Uma única laranja
E de carcaça de peixe
Ter que fazer uma canja
Ainda estou aqui
Com as Torres corroídas
Esperando que Torres sejam
Sepultadas, esquecidas
E que o nossa Nação
Deixe de ser adormecida
FORTALEZA, ABRIL/2025
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
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