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Cordel-->Cordel Desarranjado -- 17/04/2002 - 00:39 (•¸.♥♥ Céu Arder .•`♥♥¸.•¸.) |
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Que mal eu fiz
Pra viver tão infeliz?
Por amor à profissão
Digo até que sou feliz...
Eu peço esmolas
Pra tentar ganhar o pão
Mas são tantas bocas
Que eu sustento, meu irmão...
Fiz tanto filho
Pra mostrar que era machão
Não usava camisinha
Nem tinha televisão...
Hoje sou mestre
Sou poeta poetando
E do teclado
Inspiração vou tirando...
Eu sou o artista
Da palavra de penhor
Vou teclando e ela gosta
E tocando meu andor...
Mas meu amigo
Não repare o que lhe digo
Não tenho berço de ouro
E meu salário é um castigo...
Por isso às vezes
Ando até com olho roxo
De levar tanta porrada
Pois ninguém respeita o moço...
Não invejo o alheio
Nem invejo sua sina
Pois sozinho me aperreio
Na solidão que alucina...
Todos me chamam poeta
Mas perdoa meu irmão
Este cabra solitário
Que só tem café com pão...
À Maria esta muié
Eu dediquei minha lira
E tanto verso de métrica
Que se eu morro ela pira...
Pelejo com lida tanta
Que a barba me chega ao chão
Dá-me esta cara santa
Que parece o São João...
Pior de tudo seu moço
É verdade o que eu digo
Vivo sozinho num poço
Até me sinto um mendigo...
Se o brother quiser comprar
Mercadoria de mim
Na certa vai me ajudar
Cansei de cumê aipim...
* Cordel reformulado, para eliminar as palavras ofensivas.
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