O barbudo chegô dando um recado,
I querêndo paricê forte e dispôsto.
Mais agora ele morre é di disgôsto,
Pois já tá mêi assim dicambimbado,
Adispois da muié tê lhe dêxado.
Êle véve sofrendo na agonia,
De Solidrume e queléproligonia.
Anda inté fastioso i dispautado.
E num come nem drome o disgraçado,
Como Quando a muié lhe assistia.
Elê vem com tôda essa valentia,
Mais é só pabulage qui êle arrota,
Mais agora eu intorto a sua rota
Na mais pura e cruel tripologia
I o mando incharcá duma ingrizia,
Que lhe bate uma febre berra-berra,
I prendo ele numa grota da serra
Qui num pode fugí nem em cem ano,
Ele hai de chorá seu desegando,
Puriquanto eu vagá puressa terra.
Ele hai de roncá quiném barrão,
I vai babá quiném sapo cururú,
I vai tê de cumê do mêrmo angú
Qui cumia os escravo de labão,
Vai lambê uma barra de sabão,
I drumi cum os pôico no chiquêro,
Vai tê a merma cô i o mêrmo xêro,
Qui têm uma barrôa, já parida,
Tão ingrata vai sê a sua vida
Quêle vai desejá morrê primêro.
E dispois cum bastão de aroêra,
E arrebento de vêz suas custela.
O Barbudo valente, alí si esguela,
Chorando qui nem véia milonguêra,
Nunca mais quêle vai falá bestêra,
O silênço em sua bôca vai reiná,
Nunca mais vai sorri, só vai chorá,
I aprendê a vivê humildimente,
Respeitando o mestre do repente,
Zé Limêra, nascido No Tauá.
Tem de respeitá esse prêto véi quitêm o fôigo de sete gato..
Limêrinha do Tauá
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