Tomei o ita do norte
E fui pra Belém do Pará
Procurar o Zé Limeira
Pra vê se estava por lá
O bicho embranqueceu
Sua barba até cresceu
Cheirando igual a gambá.
Quando chegou Zé limeira
Um cordelista sumiu
Ele escrevia muito mais
Mas acho que desistiu
Ou então ta encantado
Por Limeirinha encorpado
O neguinho nele assumiu.
Zé largue o meu amigo
E volte logo pro além
Você já fez sua parte
Deixa ele fazer também
Espírito vá descansar
Ou eu vou te exorcizar
Faço isso pro teu bem.
Eu admiro teus versos
Mas você não está vivo
Fantasma não me diverte
Nem me faz ficar ativo
Como posso te bater
Se ninguém pode te vê
Aceite o meu motivo.
Seu canto surrealista
Que muito me admirou
Num estilo inusitado
Onde nunca desafinou
Volta cheio de mistério
Fazendo um revertério
No corpo desse doutor.
Enquanto você se diverte
Meu grande amigo some
Não adianta perguntar
Que não vou falar o nome
Você está por trás disso
Faz um grande rebuliço
Com essa cara de fome.
Sou um cordelista amador
No meio de profissionais
Espero aprender muito
Ainda sou meio incapaz
Não agüento a bandeira
De Trovar com Zé limeira
Acho que já falei demais.