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Cordel-->Lembrança da partida -2- -- 03/05/2002 - 18:02 (Zé Limeira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
lembrança da partida. continuamento-2-


Assim eu fiquei vagando
Naquela terra sombria
Adonde num se sabia
Se o tempo tava passando.
Era só andando e andando
Na mais negra malicunia
I di veiz em quando eu via
Um arguém qui se afastava,
Quarqué direção tumava
I na neblina si sumia.

Um dia, bem de repente
Sem maiz, tarvez ô porém
Arresorvi andá também,
Afastando-me daquela gente.
I andando sempre em frente,
Num passo de qualidade,
Dispois duma eternidade
Cumeçô a quilariá maiz
I ieu sem oiá pra tráiz
Mi danei a mi acelerá.

Foi quilariando, quilariado,
Inté qui o dia apariceu,
Chega meus zóio dueu,
Vi o solão alevantado.
Oiando pra quarqué lado,
Eu via montanha i mato,
E compreendí de fato
Qui tava di vorta ao mundo,
E num alegrá profundo,
Chorei qui fiquei cansado.

O tempo tinha passado,
Mais ieu num sabia o tanto,
Vi uma pedra num canto
Muito fresco e sombreado.
Ali eu fiquei assentado
Olhando pra natureza
Adumirando a abeleza
Da qual eu tava isquicido,
Num nevuero perdido,
carregando minha tristeza.

Oiava prus passarim
Que avuando gorgiava,
Os bois qui longe pastava,
A buniteza dos camim
Os bando de carnerim
Qui num terrero brincava,
Um lago qui mariscava
Tremendo as água no vento.
I dentro meu pensamento
Pensava em bela, chorava.

Eu mêrmo num atinava
Cuma é qui tava nu mundo
I arresorvi num sigundo
Adiscubri donde tava.
Uma casa si avistava,
Ao longe, pralá sigui,
Num demorô i mi vi
Naquele sitio bunito,
E ao mi vê, um boi aflito
Cumeçô logo a mugí.

I dois cachorro mi avistaro
I ganiam a si tremê,
Percurando si iscondê
Nus buraco qui incontraro,
Imbaxo do forno entraro
Dondi só um cabiria
Ovindo aquela agunia
Feita pelos animá,
A dona vêi fora oiá,
Mais óiava i num via.

Eu cunversava cum ela
Mais ela num mi iscuitava,
Seu côro se curubava,
Subia os cabêlo dela,
Bateu um calafrí nela,
Quifêz o siná da cruz,
I falô: ai meu jizús
Isso é coisa incatada,
Quibungo ô alma penada,
Valeime cum tua luz.

Ai foi qui ieu compreendi,
Qui a muié num mi via,
I foi só naquele dia
Qui fui sabê qui murri.
Foi ruim o quieu sinti
Naquela hora i momento,
Passô no meu pensamento
Um monte de insraenhice,
I prá mi mermo eu disse,
valei-mi sinhô São bento.

Adispois eu dô continuamento a esta curversa.

Limêrinha do Tauá, cabra preto qui tem o foigo de sete gato.
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