Esta palavra graça
Inspirou-me um cordel
Soltei versos no papel
Na ânsia, escrevi em vão
Deixei folhas soltas no chão
E fui passear pela praça
Crianças fazendo pirraça
Sempre que o português
Da padaria que sou freguês
Nos pega numa trapaça
Mas o português presente
Não é do mar de além
É este aqui também
Que as vezes nos atrapalha
E nos pega numa falha
Da memória ou coisa ruim
E vejo e sinto por mim
Que na lida de fazer versos
Conta o prazer diverso
De fazer rimas assim
Um cordel despretensioso
Pois não sou François Massa
Fazer versos virou cachaça
E sigo por este caminho
Escrevendo aqui sozinho
Com o vento que vem e passa
Se não temos uma mordaça
Pouco interessa ou importa
Se a palavra certa ou torta
Na folha for grassa ou graça.