A ausência enche o vazio
Como um longo assobio
Repleto de amargura
São recordações vivas
De um sonho à deriva
Do andarilho na planura.
O vazio fere o passado
É um casario desabitado
Maltrata o coração e a alma
Silencia velhos amigos.
Envolto em dor e castigo
Que só a oração acalma.
Um beijo da melancolia
É uma súplica melodia
Num caos de sofreguidão
A simples ausência na sala
E a dor do coração não cala
E se enche de vazio e solidão
Uma saudade fremente
Avança na noite inocente
Com a chuva que cai lá fora
Na poltrona da varanda
Conto gotas da platibanda
E o meu coração chora.