Zé Limeira meu compadre
eu sou mesmo abusado
Só quando o cara é bom
Como você que é invocado
Aqui eu cheguei andando
E vou sair caminhado
Quando você for derrotado
Bato no branco empombado
No ruivo preto ou mulato
Isso em qualquer desafio
Pode contar como fato
Chame até são Benedito
Que é teu santo favorito
Juntando tudo ainda bato.
Não devia fazer trato
Depois de já ter partido
Só veio passar vergonha
Podendo ser ofendido
Vou te livrar da agonia
Mas não é por simpatia
É por você ter vencido.
Sinto-me agradecido
De contigo cordelar
No lugar de mestre Egídio
Um cabra bom pra daná
Mas ele já ta de volta
Veio sem nenhuma escolta
Cuida-se, se ele te pegar.
Nem preciso me esforçar
Para derrotar uma alma
Nem de vela nem de santo
Eu só preciso ter calma
Ir pondo devagarzinho
Meu verso no escurinho
Até ele bater palma.
Olha pra mim e se acalma
Vou te fazer um favor
Mandar-te para o espaço
Pra terra de nosso senhor
Mas eu não vou me gabar
E nem quero me orgulhar
De vencer um trovador.
Vou embolar com primor
Do vinho eu tiro a rolha
Bebo de uma golada
Da árvore eu tiro a folha
No floreio do floreado
Desfolhando o enrolado
No copo olhando a bolha.
Espero que não encolha
Esse trololó de beleza
Seguindo nessa escolha
Pega o pão e Põem na mesa
Se um socó só quer se coçar
Um socó só não vai deixar
Um teretetê de esperteza.
Eu digo e tenho a certeza
Fiúza vem do meu pai
Sou pequeno só no nome
O meu veneno só sai
Pra derrotar o oponente
No treino sou convincente
No fim é você quem cai.